Tetracampeão do Mundo, Zetti, fala sobre expectativas para Copa do Mundo e carinho pelo São Paulo

Tetracampeão do Mundo, Zetti, fala sobre expectativas para Copa do Mundo e seu carinho pelo São Paulo.

Gabriel Piccinin
6 minutos de leitura

É ano de Copa do Mundo e como sempre se cria uma expectativa para o torneio mais importante do futebol mundial. O Brasil é a seleção que mais conquistou o campeonato na história, com cinco títulos, nos anos 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002. Zetti viveu grande fase nos anos de 1992 e 1993, defendendo o São Paulo, conquistando duas Libertadores e dois Mundiais de Clubes consecutivos, dessa forma foi um dos goleiros do grupo de Carlos Alberto Parreira para a Copa de 1994.

Zetti fala sobre a Copa do Mundo e seu carinho pelo São Paulo – Foto: Gabriel Piccinin

Não há ninguém melhor para falar sobre Copa do Mundo do que alguém que já viveu essa sensação de disputar o torneio. Zetti nos recebeu no CT de Cotia, onde atualmente trabalha na formação de goleiros das categorias base do Tricolor paulista. O ex-goleiro falou com a nossa equipe sobre como vê a seleção de Tite para a disputa do campeonato mundial. Além dos nomes para a posição que ele tanto conhece, que é a de goleiro. Ao final, o tetracampeão do mundo pelo Brasil completou falando do carinho que sente pelo São Paulo.

A Copa do Mundo de 1994

Zetti comentou das dificuldades na disputa daquele Mundial nos Estados Unidos, onde o clima e os gramados trouxeram fatores novos para os jogos.



Foi uma Copa diferente, os jogos eram às 11h30 ou meio dia, o calor era intenso. Além disso, os gramados eram apropriados para jogos de futebol americano, mas no fim de tudo foi muito bem programado pela nossa comissão técnica.”

A seleção vivia um jejum de títulos do torneio que já durava 24 anos, por isso, na visão do ex-goleiro a presença de jogadores com bagagem da Copa de 1990 foi fundamental para o grupo. Assim como a relação mais ativa com o torcedor também foi importante.

Nosso grupo era de muita qualidade técnica, tínhamos um elenco muito bom, no gol tinha eu, Taffarel e Gilmar, Jorginho, Cafú, Branco, Leonardo, Dunga, Raí, no ataque tinha ainda Bebeto e Romário. No banco tinha Viola, Muller… Era um grupo unido e que sabia o que queria então acho que isso fez a diferença, além de jogadores que já tinham a experiência de 1990. Então já sabíamos que alguns erros que não podiam acontecer. A relação com o torcedor era mais ativa do que hoje, não se tinha celular, não se tinha tantas informações, a imprensa falava diretamente com a comissão, com o atleta, então essa informação não era tão fria, como é hoje.”

Zetti também falou do contexto que o Brasil passava na época, com a morte de Ayrton Senna pouco tempo antes da Copa e como o brasileiro sentiu a perda de um ídolo como era o piloto.

O Ayrton Senna morreu faltando um mês para a Copa, portanto tinha uma cobrança muito grande pela falta de um ídolo, então nós fomos nos apegando muito aos detalhes disso tudo para chegar na Copa do Mundo e fazer o melhor. Isso eu acho que ajudou para que nós tirássemos o melhor de cada um.”

Taffarel foi tituar de Parreira no mundial mesmo enfrentando a falta de ritmo na Itália, enquanto Zetti vivia seu melhor momento. O ex-goleiro comentou sobre a escolha do treinador.



Nos anos de 1992 e 1993 eu vivi o meu auge, pelo São Paulo ganhei dois Mundiais, duas Libertadores e dois Paulistas, era o meu grande momento. Até por isso eu acredito que merecia ser testado nas eliminatórias de 1993, confesso que não entendo porque não joguei, não durmo até hoje. Entretanto o Taffarel jogou e foi muito bem, qualquer um que jogasse seriamos campeões.”

O trabalho no CT de Cotia

Zetti trabalha no CT de Cotia, com as categorias de base do São Paulo, na formação de goleiros. A estrutura do centro de treinamento Tricolor oferece todo o suporte para o desenvolvimento dos atletas. Com alojamento para os garotos de categorias inferiores e um hotel onde ficam os garotos do sub-20. Além disso, o clube faz todo o acompanhamento médico e psicológico dos garotos. Inclusive, para os mais novos, que estão estudando, também existe um acompanhamento estudantil dos jogadores.

Entrada do CT de Cotia – Foto: Gabriel Piccinin

O ano de 2005 ficou na história do São Paulo pelos títulos de Libertadores e Mundial, porém no mesmo ano foi inaugurado o CT de Cotia. A ideia era a utilização da estrutura, tanto pelo elenco da base, como pelo elenco profissional, entretanto, no fim, o elenco principal ficou no CT da Barra Funda, em São Paulo. Dessa forma, Cotia ficou com as categorias de base do Tricolor, o CT é um dos mais modernos do país, tanto que a Colômbia usou a instalação de Cotia durante a Copa do Mundo de 2014.

Um dos campos de treinamento do CT – Foto: Gabriel Piccinin

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