A praça onde um homem morreu após receber uma descarga elétrica em Indaiatuba (SP) está com postes e o alambrado da quadra energizados. Além disso, as instalações estariam em desacordo com as normas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O problema que oferece risco aos usuários foi constatado por um especialista em eletrotécnica que vistoriou o local no Jd. Carlos Aldrovandi.
Em nota, a Prefeitura informou que a responsabilidade pela distribuição de energia é da CPFL. A empresa foi procurada e até a publicação desta reportagem não havia se manifestado.
De acordo com Jhones de Carvalho Dias, a tensão encontrada em algumas das estruturas metálicas da praça podem oferecer risco de morte.
“Pela NR10 [norma que regulamenta segurança em instalações elétricas], tensões de até 50V, não têm problemas para a saúde humana no caso de um choque, mas acima disso, podem causar uma parada cardíaca”, explica.
Durante os testes, ele encontrou tensões elétricas de até 126V, que podem ser descarregadas por pessoas que caminham pelo local, em um risco potencializado pelas chuvas.
Segundo Dias, o motivo das cargas elétricas encontradas sobre as estruturas da praça é uma rede de alta tensão que passa sobre o local. Segundo o especialista, as construções no local são irregulares, já que a Aneel proíbe obras embaixo desse tipo de rede.
O que diz a prefeitura?
Procurada para comentar o problema identificado no local, a Prefeitura de Indaiatuba informou, por nota, que desde 2015 cabe ao município apenas serviços de manutenção da iluminação pública, e que “os serviços relacionados à distribuição de energia são responsabilidade da CPFL”.
“A Administração Municipal informa, ainda, que não tem registro de nenhuma notificação feita pela população referente a acidentes envolvendo a rede de distribuição”, diz o texto.