A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu nesta sexta-feira (10) a comercialização de todas as pomadas para modelar e trançar cabelos. Segundo a agência, enquanto a medida estiver em vigor, nenhum lote de qualquer desses produtos pode ser comercializado e não deve ser utilizado por consumidores e profissionais de beleza.
A Anvisa ressalta que mesmo os produtos adquiridos antes da proibição, seja em residências ou em salões de beleza, não devem ser utilizados neste momento.
Caso
A decisão é resultado de uma avaliação de risco feita pela Anvisa e foi adotada tendo em vista o aumento do número de casos de efeitos indesejáveis graves associados ao uso desse tipo de produto.
Entre os eventos relatados pelos usuários estão cegueira temporária (perda temporária da visão), forte ardência nos olhos, lacrimejamento intenso, coceira, vermelhidão, inchaço ocular e dor de cabeça. Segundo as informações disponíveis, os eventos ocorreram, principalmente, com pessoas que tomaram banhos de mar, piscina ou mesmo de chuva após terem feito uso dos produtos.
Esta foi uma medida preventiva e temporária para proteger a saúde da população e permanece vigente enquanto são realizados testes, provas, análises ou outras providências requeridas para a investigação e a conclusão do caso.
Além das recomendações abaixo, a Anvisa publicou recomendações para os profissionais da área da saúde e outras áreas. (confira aqui).
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Recomendações
A autarquia fez uma série de recomendações ao consumidor, sendo:
- Não use ou adquira esses produtos;
- Se fez uso recente, lave os cabelos com cuidado, sempre lembrando de inclinar a cabeça para trás, para que o produto não entre em contato com os olhos;
- Em caso de contato acidental com os olhos, lave imediatamente os olhos com água em abundância;
- Em caso de qualquer efeito indesejado, procure imediatamente o serviço de saúde mais próximo de você;
- Em caso de efeito indesejado, notifique o caso à Anvisa por meio do endereço.
Recomendações aos profissionais, cabelereiros e comércio:
- Não utilizem esses produtos em nenhum cliente;
- O manuseio do produto também pode trazer risco aos aplicadores;
- Não comercialize esses produtos enquanto a medida estiver em vigor;
- Não existe determinação de recolhimento de todos os produtos no momento, mas o produto deve ficar separado e não deve ser exposto ao consumo ou uso.
A Anvisa e os órgãos estaduais e municipais de vigilância sanitária seguem investigando os casos, os produtos associados e as empresas fabricantes. A agência disse que continuará publicando medidas preventivas específicas para determinadas empresas e produtos, à medida que a investigação fornecer mais evidências.
Ainda segundo a autarquia, avaliação de risco feita pela Anvisa, em conjunto com o Ministério da Saúde e as Vigilâncias Sanitárias locais, indica que, diante do número de ocorrências, da distribuição geográfica e da diversidade de marcas envolvidas, a medida mais segura é interditar esses produtos até que todas as providências possíveis sejam adotadas para evitar novos eventos indesejáveis.