Além das pílulas contraceptivas, a proposta também trata de medicamentos para cuidados de afirmação de gênero –como hormônios, utilizados por pessoas transgênero em seus processos de transição.
Na prática, pessoas que tenham viajado ou residido no Texas podem receber prescrição de medicamentos para aborto ou contracepção de um médico da Califórnia. Assim como uma farmácia com sede no Estado poderia enviar o medicamento para o Texas, e tanto o profissional quanto a farmácia receberiam proteções, desde que estivessem na Califórnia, contra ações criminais e civis iniciadas no Texas.
A proposta surge na Califórnia em um momento que diversos Estados norte-americanos têm buscado aumentar as restrições a pílulas abortivas e tratamentos de transição de gênero.
Desde que a Suprema Corte do país derrubou o caso Roe vs. Wade, que protegia a nível federal o aborto nos EUA, 13 Estados já instituíram proibições a prática.
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O projeto suscitou discussões com a oposição de outros Estados, que afirmam que o texto ultrapassa os limites de legislação da Califórnia, que estaria tentando legislar em outros Estados.
Além disso, 20 procuradores-gerais dos EUA ameaçaram as farmacêuticas Walgreens e CVS com consequências legais se distribuíssem pílulas para aborto em alguns Estados. Por isso, a Walgreens suspendeu, de forma geral, a dispensa dos comprimidos. Essa decisão fez a Califórnia rescindir um contrato de US$ 54 milhões que o Estado tinha com a rede.