A parceria tecnológica entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o World Mosquito Program (WMP) foi anunciada na última quinta-feira (30/03) com o objetivo de aumentar a produção de mosquitos antidengue no Brasil.
O método utilizado consiste na inoculação da bactéria chamada Wolbachia nos mosquitos Aedes aegypti, transmissor da dengue. Essa bactéria tem a capacidade de bloquear o vírus da dengue e impedir a transmissão da doença. Além disso, a Wolbachia torna o ciclo de vida do mosquito mais curto, fazendo com que os mosquitos passem a bactéria adiante ao se reproduzirem, neutralizando a capacidade de transmissão da dengue das gerações seguintes. Vale ressaltar que a Wolbachia não prejudica os seres humanos.
Segundo o pesquisador da Fiocruz, Luciano Moreira, a biofábrica será capaz de produzir até cinco bilhões de ovos com Wolbachia por ano. O local de construção da fábrica ainda está sendo definido em conjunto com o Ministério da Saúde, mas a previsão é que a fábrica possa entrar em operação até o início de 2024.
O programa de controle da dengue com mosquitos modificados antidengue já está presente em 12 países da Ásia, Oceania e Américas. No Brasil, a ideia é implementar o método nas cidades com maior índice de casos de dengue. Embora seja uma estratégia de médio prazo, uma vez que o resultado após a soltura dos mosquitos com Wolbachia não é imediato, espera-se que o método proteja mais de 70 milhões de pessoas em 10 anos.
A parceria entre a Fiocruz e o WMP representa um avanço significativo na luta contra a dengue no Brasil. Com a produção em massa de mosquitos com Wolbachia, espera-se reduzir significativamente a incidência da doença em áreas afetadas pela dengue. A parceria entre essas instituições também demonstra o comprometimento das entidades em buscar soluções inovadoras para a saúde pública e na busca por um futuro mais saudável e seguro para a população.