A eletricidade é uma das principais fontes de energia no mundo moderno, mas o seu uso inadequado pode ser fatal. No Brasil, fios desencapados, uso constante de “benjamins” ou “Ts” por falta de tomadas elétricas, compra de equipamentos eletrônicos sem certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e manuseio incorreto da energia elétrica estão entre as principais causas de acidentes com choque elétrico.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), nos últimos dez anos, mais de 6.300 pessoas morreram no país em decorrência de choque elétrico, o que equivale a uma média de quase duas mortes por dia. Somente em 2022, foram registradas 592 mortes relacionadas ao uso de equipamentos elétricos em casa ou no trabalho.
No entanto, a Abracopel acredita que esses números podem ser até três vezes maiores, pois muitas mortes não são notificadas. Segundo Edson Martinho, diretor executivo da Abracopel, “provavelmente, estamos falando de aproximadamente 1,8 mil mortes”.
A maioria das vítimas é do gênero masculino, representando 87% dos óbitos por choque elétrico no Brasil, enquanto as mulheres representam apenas 13%. Isso ocorre, principalmente, porque a maioria dos trabalhadores que atuam com eletricidade são homens, e muitos homens – mesmo sem a formação adequada – tentam solucionar problemas elétricos em casa.
A região Nordeste do Brasil concentra a maior parte das mortes por choque elétrico, com 2.631 óbitos nos últimos dez anos, o que corresponde a 41,6% das mortes no país. As regiões Sudeste (1.239 mortes), Sul (1.024 mortes), Centro-Oeste (735 mortes) e Norte (683 mortes) completam o ranking.
A falta de fiscalização, o conhecimento insuficiente sobre os riscos da eletricidade e a contratação de profissionais não capacitados são algumas das razões para o alto número de mortes por choque elétrico no Nordeste. No entanto, a maioria das mortes ocorre dentro de casa, envolvendo pessoas comuns que cometem erros ao manusear equipamentos elétricos.
Para evitar acidentes, é importante adotar medidas preventivas simples, como nunca usar aparelhos elétricos em locais com água ou com as mãos e os pés molhados. A conscientização sobre os perigos da eletricidade e a busca por profissionais capacitados também são fundamentais para reduzir o número de mortes por choque elétrico no Brasil.