Visto pela última vez em 2013, o eclipse solar híbrido voltou a ser registrado no céu nesta quinta-feira (20). Moradores do Pacífico Sul puderam visualizar o fenômeno raro, que pode ser visto como eclipse total em alguns pontos e anelar em outros. Partes da Austrália, Indonésia e Timor Leste ficaram escuras durante o dia por conta do evento.
No noroeste Austrália, os observadores que se reuniram em uma área remota conseguiram testemunhar a lua bloqueando totalmente a luz solar por 58 segundos. Por lá, o eclipse total ocorreu às 11h29min pelo horário local. Já em Sydney, menos de 20% do sol foi bloqueado pela lua.
No extremo leste de Timor-Leste, mais de mil pessoas, entre turistas e astrônomos de países do Sudeste Asiático, se reuniram para assistir ao eclipse total.
O evento astronômico acontece, em média, uma vez a cada década. Quem não mora nas regiões onde houve visibilidade pôde acompanhar em transmissões virtuais no YouTube, que ocorreram em canais como Time And Date e Gravity Discovery Centre & Observatory. Confira fotos:
O que é eclipse solar?
O professor do departamento de Física da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Rogemar André Riffel, esclarece que, para a astronomia, o termo “eclipse” se refere ao fenômeno astronômico em que um corpo celeste passa pela sombra do outro. Os mais conhecidos são o eclipse solar e o lunar.
— Um eclipse solar ocorre quando a Lua se coloca entre o Sol e a Terra, de forma que sua sombra fica projetada na Terra — exemplificou o professor.
Riffel ainda enfatiza que como o Sol é um corpo celeste extenso, de 1.392.700 quilômetros, durante o eclipse solar, nem toda luz dele é bloqueada pela Lua, o que gera uma região sombreada e outra luminosa.
— A região da Terra que não recebe nenhuma luz solar é chamada de umbra. Já a região que recebe luz de alguns pontos do Sol é chamada de penumbra — explicou o docente.
Qual a definição de eclipse solar híbrido?
Na astronomia, os eclipses solares são basicamente divididos em quatro tipos: total, parcial, anular e híbrido. A diferença entre eles está na quantidade de luz solar que é bloqueada durante o alinhamento ocorrido entre Sol, Lua e Terra.
— Em um eclipse solar total, a Lua encobre toda a luz do Sol. Num eclipse solar parcial, a Lua encobre somente parte da luz do Sol. Já em um eclipse anular, a Lua encobre a o centro do Sol, ficando visível somente o anel externo — esclareceu Riffel.
No eclipse solar anular ocorre um distanciamento maior entre e a Lua e a Terra e, por causa disso, há o bloqueio parcial da luz solar e a formação no céu do que parece ser um desenho de um “anel de fogo”.
Ainda há o eclipse solar híbrido, que diz respeito ao fenômeno que será visto desta madrugada. Ele reúne características de um eclipse solar total e de um anular.
— O “eclipse híbrido” é um eclipse que se parece total ou anular, dependendo da posição do observador na Terra em relação ao caminho do eclipse — lembra o físico.