O experimento de uma garota de dez anos virou artigo cientifico em revista nacional. Mariana Bueno de Paula Tamani, moradora de Limeira (SP), fez uma análise de moedas falsas da época do Brasil colônia.
“A ciência é muito importante para todas as pessoas e ajuda em muitas coisas importantíssimas. Por exemplo, se não fossem os cientistas a gente não saberia sobre a Covid-19”, disse a estudante. A garota teve o apoio e orientação de Yuri Meyer, professor de física e pesquisador de pós-doutorado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
“Meu trabalho como orientador é justamente ensinar os passos da metodologia científica para ela. E foi isso que ela seguiu para que nós tivéssemos um resultado científico a respeito da temática dela”, declarou o professor. O experimento da cientista mirim contou com uma moeda verdadeira de 640 réis da época do Brasil colônia. Tal unidade custa no mercado de colecionadores entre R$ 800 a R$ 5.000. No entanto, existem versões falsificadas são muito semelhantes.
Para verificar a originalidade, Mariana usou a estrutura do próprio laboratório de sua casa. A primeira etapa do experimento foi a análise no microscópio e suas características da corrosão. Posteriormente, as moedas foram levadas para a água, dessa forma, verificar a densidade do material. “As duas moedas têm densidades muito próximas, por isso que ambas afundaram [nos recipientes com água]. Mas quando você olha na balança de precisão, você percebe que a verdadeira tem mais metal, então é mais densa”, disse a pequena cientista. Para chegar neste resultado foi preciso utilizar a física. “Eu usei o método de Arquimedes e fiz também anotações sobre as diferenças de cada uma”, acrescentou.
A conquista também gerou orgulho na família. “Ficou todo mundo muito feliz porque é uma coisa que a gente valoriza muito. É uma revista que eu conheço há muitos anos, meus sobrinhos liam essa revista e para a Mariana eu assino desde que ela começou a ler”, disse a mãe de Mariana, Raquel Bueno de Paula Tamani.
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Além disso, a ciência está presente no DNA da família. “Meu pai é agrônomo, se formou em 65, fez mestrado em Michigan. Minha mãe se formou em 65 e era a única mulher da turma dela em agronomia, se formou em primeiro lugar, fez mestrado e doutorado e seguiu a área de pesquisa de solo. Acho que está no DNA, mas também teve muito estímulo e vivência. A gente gosta muito de ler”, acrescenta Raquel.
Para os próximos trabalhos, o tema dos artigos de Mariana deve ser música. “O tio Yuri toca violino e eu toco piano e flauta. E matemática e música têm muita relação”. Apesar disso, a garota quer seguir carreira como astrofísica ou química.