Ministério da Saúde detecta variante XBB.1.16, também conhecida como Arcturus, do coronavírus no estado de São Paulo. Esta variante, identificada pela primeira vez na Índia, em janeiro deste ano, está presente em quase 40 países atualmente. A Arcturus é descendente da BA.2, que deriva da Ômicron.
Devido à sua rápida disseminação em países como a Índia e os Estados Unidos, a Organização Mundial da Saúde alterou sua classificação de “variante de monitoramento” para “variante de interesse”. Apesar disso, as atuais vacinas disponíveis garantem a proteção contra a variante recém-descoberta, segundo um epidemiologista ouvido pela reportagem.
De acordo com o Ministério da Saúde, as evidências sobre essa linhagem “não indicam riscos à saúde pública se comparada a XBB.1.5” – a principal cepa em circulação no Brasil – e nem de aumento na gravidade dos casos.
A prevalência global da Arcturus aumentou de 0,52% em fevereiro para 4,31% atualmente, de acordo com dados apresentados pela OMS. Embora os riscos da Arcturus sejam baixos, a variante foi lembrada pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, em discurso de abertura feito em entrevista coletiva no último dia 26.
A nova variante não provoca “um desastre sanitário, tal como foi a Gama (P.1), na América do Sul”, diz o epidemiologista Jesem Orellana, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Mesmo assim, a Arcturus coloca em xeque o plano de declarar o fim da pandemia.
Embora os sintomas provocados pela nova variante sejam predominantemente conjuntivite, tosse seca e episódios febris, alguns desses sintomas foram vistos com menos frequência em cepas que predominaram no passado.
As vacinas distribuídas no Brasil são capazes de proteger a população da nova variante, diz o epidemiologista.