A Prefeitura de Piracicaba (SP) adotou, de forma paliativa, a aplicação do “asfalto a frio”, como trabalho de tapa-buraco em vias do município. Entretanto, especialistas alertam para a qualidade inferior da técnica e destacam que ela pode ser prejudicial para o pavimento.
Segundo a Secretaria Municipal de Obras e Zeladoria (Semozel), esse tipo de asfalto pode se aplicar sem a utilização de máquinas para o assentamento. “A via é liberada após a aplicação, e a compactação é feita pelos próprios veículos que passam pelo local, sem que o material grude”.
Por conta da agilidade, ainda destaca que o método funciona como uma complementação dos serviços de reparo. Dessa forma, sendo utilizado em vias onde há fluxo intenso de carros, e assim não atrapalhar o trânsito. De acordo com o engenheiro civil, Rodrigo Martins, o método serve apenas para pequenas manutenções. Ainda assim, podendo ser prejudicial ao asfalto. “A técnica de aplicação de asfalto a frio serve para pequenas manutenções, para manutenções nas quais você não consegue deslocar maquinário para realizar a aplicação de asfalto a quente. Essa aplicação [de asfalto a frio] prejudica a manutenibilidade do asfalto, que são os períodos de manutenção do afalto. Terão manutenções mais recorrentes com a utilização dessa técnica.”
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Ele ainda afirma que não é possível estimar a durabilidade do asfalto a frio, já que isso depende de fatores como o fluxo de veículos do local e a frequência de chuvas. Entretanto, reforçou que a medida deve ser apenas paliativa, antecedendo o reparo definitivo.
“Ela não é uma técnica ideal visando o longo prazo, mas é algo paliativo, de urgência. Se tem algo de urgência para realizar, é melhor estancar a sangria do que fazer licitação, escolher empresa, vai demorar muito. Caso não tenha a previsão de fazer asfalto a quente, o asfalto a frio retarda um pouco a manutenção e proporciona o uso”