Rita Lee. O nome que é praticamente sinônimo de criatividade, rebeldia e independência feminina no rock brasileiro foi inspirado em uma santa. Mas por pouco uma das maiores cantoras e compositoras da música brasileira, que morreu nesta segunda-feira (8), aos 75 anos, não foi batizada com outra referência religiosa, em homenagem à cidade onde seu pai nasceu, Santa Bárbara d’Oeste, no interior de São Paulo.
Rita contou a curiosidade em trecho de entrevista disponível no YouTube e disse que o pai só mudou de ideia por conta de toda castidade que o nome preferido carregava.
“Era para me chamar Bárbara, meu pai nasceu em Santa Bárbara d’Oeste, no interior de São Paulo, e sempre gostou desse nome. Mas aí minha mãe, coitada, disse assim: ‘Bárbara é linda, uma virgem, mártir, uma santa virgem’. Meu pai: ‘parou, pode parar, vamos mudar pra Rita’. Mas é uma santa também, disse a mãe, e ele: ‘mas casou, teve filhos’. Foi ele que escolheu [meu nome]”, disse.
Rita Lee foi diagnosticada com câncer de pulmão em 2021 e vinha fazendo tratamentos contra a doença.
A família da cantora divulgou um comunicado nas redes sociais dela: “Comunicamos o falecimento de Rita Lee, em sua residência, em São Paulo, capital, no final da noite de ontem, cercada de todo o amor de sua família, como sempre desejou”. O velório será aberto ao público, no Planetário do Parque Ibirapuera, na quarta-feira (10), das 10h às 17h.
Passagem pela região
Rita Lee Jones nasceu em São Paulo, em 31 de dezembro de 1947. O pai, Charles Jones, era dentista e filho de imigrantes dos EUA. A mãe, a italiana Romilda Padula, era pianista, e incentivou a filha a estudar o instrumento e a cantar com as irmãs.
Em 2016, ela lançou “Rita Lee: uma autobiografia”. Uma das revelações do livro foi que ela foi abusada sexualmente aos seis anos de idade por um técnico que foi consertar uma máquina de costura de sua mãe em casa.
No mesmo livro, Rita Lee conta que participava da Festa dos Confederados, de dois em dois anos, na cidade de Americana (SP).
“De dois em dois anos, íamos a Americana participar de um evento pra lá de surreal, em que os descendentes das famílias americanas sulistas se reuniam para um piquenique no cemitério particular deles, não muito longe da cidade”, relata em um trecho.
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