Mais de 1,7 milhão pessoas procuraram atendimento ambulatorial no Brasil, em 2022, com algum problema de saúde por causa de interação medicamentosa ou pelo uso incorreto de remédios, de acordo com o Ministério da Saúde. E o problema pode se agravar: só nos dois primeiros meses de 2023, 742 pessoas foram internadas em SP, um aumenta quase 37% – em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde.
A aposentada Marlene Garcia toma 10 medicamentos de uso contínuo por dia e sempre tem muito cuidado pra não se atrapalhar e errar as doses. “Agora eu estou fazendo uma técnica: vou contando”, explica Marlene.
💊 São Paulo, estado com mais casos
São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Distrito Federal registraram mais casos, sendo SP o estado com maior número de internações: mais de 4 mil.
Em 2022, mais de 14.000 pessoas foram internadas por intoxicação medicamentosa, 18% a mais do que em 2021, ano em que já havia registrado aumento em relação a 2020.
“Por exemplo, é o uso de anti-inflamatório com analgésico. São medicações corriqueiras, que você compra em prateleira de farmácia, sem necessidade de uma receita, de uma prescrição, na maioria das vezes. Esse uso sem saber a dose adequada, pode provocar lesões da mucosa gástrica e provocar úlcera aguda, inclusive sangramento. Toda medicamentação tem que ser utilizada com orientação médica”, alerta o diretor do Hospital Geral de Guarulhos, Afonso Guedes.
💊 Alerta médico
O médico toxicologista Alvaro Pulchinelli, da Universidade Federal de São Paulo, explica que a automedicação pode mascarar os sintomas de uma doença.
“Aquela dor que ela acha que é ingênua pode ser uma coisa mais séria. Então, isso é um problema. Isso pode atrasar um diagnóstico e a pessoa, lógico, está sempre sujeita a estas reações adversas”, diz.
O médico reforça que o paciente deve informar quais remédios toma e se tem alguma alergia, toda vez que começar um tratamento novo.
“Deve ser discutido com o médico que o acompanha. Então, é importante, o médico saber do que tá acontecendo dos efeitos, e em caso dessas reações alérgicas graves, procurar ajuda médica imediata pra tratamento”, explica Alvaro.
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