O título da Série A3 do Campeonato Paulista, conquistado no último sábado pelo Capivariano sobre o São José, foi ainda mais especial para o destaque da A3, meia Rafinha, de 23 anos.
Depois de ficar 2022 inteiro sem atuar, ele deu um depoimento emocionante sobre a volta por cima não apenas dentro de campo, mas também na vida.
– Eu fiquei ano passado inteiro vendendo pipa porque não tinha condições de criar o meu filho. A minha família me ajudou muito. Foi bem difícil porque não é algo legal para um jogador. Eu gosto de pipa como diversão, não como profissão. Tinha dia que eu conseguia um dinheiro bom, mas outros dias que ganhava 20 centavos e não tinha dinheiro para comer um pão – desabafou.
Eleito a revelação do campeonato e também escolhido para a seleção da A3 em seu primeiro torneio como profissional, Rafinha precisou lidar com a morte do pai quando ainda era criança e se agarrou no futebol para trilhar caminhos diferentes.
– O meu pai morreu quando eu tinha seis anos de idade. Foi quando eu prometi para minha mãe, meu tio e meu avô que até poderia passar fome, mas nunca faria nada de errado. Meu pai era bandido e decidi que só seguiria a parte boa dele, que era um pai maravilhoso.
Criado em São José do Rio Preto, Rafinha começou a dar os primeiros passos no futebol logo após a morte do pai e chamou atenção do Grêmio quando completou 18 anos. Ele ficou em Porto Alegre entre 2019 e 2021, quando deixou o Tricolor gaúcho após disputar o Brasileirão de aspirantes.
O convite para atuar no Capivariano mudou os rumos da carreira de Rafinha. Com sete gols e nove assistências em 24 partidas, ele ficou em evidência no mercado e agora vai disputar a Série B do Brasileiro pelo Tombense.
– Eu não tenho do que reclamar. Eu dou glória a Deus por estar aqui hoje vivendo esse momento. Eu tenho uma esposa, um filho e uma família incríveis.