A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) recebeu, entre 2018 e 2022, média de 86 denúncias por ano sobre a qualidade de combustíveis vendidos em postos de Piracicaba (SP) e Limeira (SP). O balanço foi obtido pela EPTV, afiliada da TV Globo, via Lei de Acesso à Informação (LAI).
Os dados apontam que, durante o período, Piracicaba contabilizou 259 queixas sobre os produtos. Já Limeira teve 172 reclamações. Veja a evolução ano a ano:
Piracicaba
- 2018 – 64 denúncias
- 2019 – 51 denúncias
- 2020 – 38 denúncias
- 2021- 51 denúncias
- 2022 – 55 denúncias
TOTAL: 259 denúncias
Limeira
- 2018 – 22 denúncias
- 2019 – 31 denúncias
- 2020 – 51 denúncias
- 2021 – 39 denúncias
- 2022 – 29 denúncias
TOTAL: 172 denúncias
O que será feito?
Presidente do Sindicato dos Postos de Combustíveis (Recap), Emílio Martins afirmou que as autoridades atuam para combater o problema de adulteração de combustíveis, mas que a alta demanda e o déficit de fiscais são desafios.
Segundo Martins, entre as denúncias, está a de que cerca de 15 postos das regiões de Campinas (SP) e Piracicaba estariam adicionando metanol ao etanol e à gasolina, o que é proibido e pode trazer problemas à saúde. Diante disso, o Recap protocolou um pedido de investigação ao Ministério Público (MP).
“Nós entendemos que agora envolve até saúde pública, porque podemos estar diante de situações em que o consumidor está levando para casa um produto altamente cancerígeno”, destaca.
Já o superintendente de fiscalização de abastecimento da ANP, Francisco Neves, ressalta que todas as queixas são analisadas, mas que apenas parte delas recebe visitas de fiscais.
“Todas as denúncias que recebemos nós estudamos. Não necessariamente vamos em todas, uma parte delas, em torno de 30%, a gente vai a campo, são aquelas repetitivas, que estão relacionadas também à pesquisa de qualidade de combustíveis que temos e ao histórico da empresa”, explica.
Em relação ao número de fiscais, questionado pelo Recap, a ANP afirmou que 30 novos funcionários foram contratados recentemente, sendo dez deles para atuar no estado de São Paulo, que, segundo a agência, tem fiscais suficientes.
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