No mundo da busca pela juventude eterna, preenchimentos, botox e estimulação de colágeno são apenas a ponta do iceberg, o próximo passo agora é o plasma sanguíneo.
Um milionário americano de 45 anos chamado Bryan Johnson está levando essa busca a um novo patamar, investindo em reais, aproximadamente R$ 10 milhões, para fazer com que seu corpo pareça ter apenas 18 anos novamente.
Johnson, fundador da empresa Blueprint, que desenvolveu um algoritmo antienvelhecimento, segue uma rotina estritamente disciplinada de sono, exercícios físicos, alimentação e suplementos. No entanto, sua estratégia mais recente envolveu transfusões de plasma sanguíneo de seu filho de 17 anos. Johnson arriscou-se a receber o plasma jovem e doar o seu próprio plasma para seu pai, que tem mais de 70 anos.
Embora reconheça os riscos envolvidos nesse procedimento, Johnson acredita que essa transfusão multigeracional de plasma pode ser um marco histórico. Ele se baseia em estudos realizados em ratos que mostraram efeitos rejuvenescedores quando animais idosos receberam sangue de roedores jovens. No entanto, a aplicação desses resultados em seres humanos envolve considerações éticas e de saúde.
Especialistas médicos alertam que não há evidências científicas para apoiar a prática de transfusões de plasma como uma forma de reverter o envelhecimento. A hematologista Mariana Oliveira, do Grupo Oncoclínicas, destaca os riscos associados a esse procedimento, incluindo a possibilidade de imunodepressão, maior suscetibilidade a infecções e a transmissão de doenças conhecidas e desconhecidas.
A Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos emitiu um comunicado em 2019 desaconselhando o uso de infusões de plasma de doadores jovens como tratamento não comprovado para várias condições, incluindo o envelhecimento e doenças como Alzheimer e transtorno de estresse pós-traumático.
Embora Johnson afirme ter conseguido reduzir sua idade biológica em pelo menos cinco anos, especialistas alertam que o rejuvenescimento celular e metabólico é impossível. No entanto, é possível adotar medidas para atenuar os efeitos do envelhecimento, como manter um estilo de vida saudável.
A eficácia das práticas adotadas por Bryan Johnson e outros entusiastas do antienvelhecimento ainda carece de base científica e pode acarretar riscos para a saúde.