Em um evento realizado no Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou a intenção de promover mudanças significativas na forma como os brasileiros lidam com os cartões de crédito. Durante a ocasião, Campos Neto revelou que o BC está estudando alterações na utilização do cartão de crédito, principal responsável pelo endividamento no país. Ele ressaltou que os cartões elevam os spreads, contribuindo para o aumento da inadimplência, que chegou a 52%.
Essa não foi a primeira vez que o presidente do BC abordou esse assunto. A ideia é que, em um futuro próximo, cada indivíduo tenha um aplicativo instalado em seu smartphone, integrando os serviços de diferentes bancos. Essa iniciativa, conhecida como open finance, permitirá que as pessoas acessem suas contas e realizem transações em um único lugar, eliminando a necessidade de ter vários aplicativos bancários. Além disso, todas as informações financeiras estarão concentradas em um único local, inclusive as taxas de crédito de todas as contas disponíveis.
O Pix já oferece a opção de compras á crédito. Com a integração do open finance e do Pix no crédito, a utilização dos cartões de crédito pode se tornar obsoleta, de acordo com Tiago Velloso, economista e fundador da Rota Investimentos. Velloso explica que a ideia é substituir o cartão físico pelo celular, por meio de transações realizadas por meio de carteiras digitais e aplicativos. Ele destaca que a grande transformação está no open finance.
Leia mais:
Caixa libera abono salarial para nascidos em setembro e outubro
Essa mudança pode ser impulsionada pelos baixos custos das transações, que atualmente recebem uma porcentagem das compras em taxas dos vendedores, deixarão de fazer parte da equação. Além disso, com o Pix, os vendedores não precisam mais aguardar um prazo de 30 dias para ter acesso ao dinheiro das vendas.
No entanto, as bandeiras de cartões, como Visa e MasterCard, podem ser impactadas negativamente por essa mudança. Sem a necessidade de uma intermediadora entre bancos e vendedores, elas perdem parte de sua relevância. Para se manterem no mercado brasileiro de pagamentos, essas empresas precisarão se adaptar, afirma Orli Machado, CEO da C&M Software, uma das empresas autorizadas pelo Banco Central a realizar transações com o Pix no país.
Machado explica que as bandeiras estão enfrentando uma situação complicada, pois precisam desenvolver um sistema que permita a transferência instantânea de valores. Dessa forma, os vendedores receberiam os pagamentos imediatamente, seguindo a proposta do Pix. Ele conclui