A cidade de Mpondwe testemunhou a perda trágica de cerca de 40 vidas, incluindo 37 estudantes, na fatídica noite da última sexta-feira (16/06). No oeste de Uganda, um estudante chamado Julius Isingoma enfrentou um ataque chocante em sua escola, supostamente realizado por rebeldes islâmicos. Em uma entrevista à BBC, ele compartilhou sua história milagrosa de sobrevivência, revelando os detalhes assustadores do massacre ocorrido no dormitório.
O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, atribuiu a responsabilidade pelo ataque às Forças Democráticas Aliadas (ADF), alegando que o grupo rebelde poderia estar colaborando com outros criminosos. Museveni mencionou rumores de disputas dentro da escola, embora sem entrar em detalhes. Comprometido em capturar os membros do grupo rebelde, ele prometeu buscar abrigo na fronteira com a República Democrática do Congo, onde se acredita que seis estudantes tenham sido sequestrados pelos agressores em sua retirada.
Julius, um dos seis sobreviventes do ataque que durou várias horas, compartilhou a terrível experiência que viveu. No momento do ataque, os agressores tentaram forçar a porta do dormitório masculino, mas os alunos já a haviam trancado como precaução. Eles então lançaram uma bomba no local e, em seguida, usaram martelos e machados para arrombar a entrada. Julius estava atrás de seus colegas, que se tornaram vítimas fatais dos tiros disparados pelos agressores.
Desesperado para uma fuga, Julius escondeu-se no teto do dormitório, observou com horror enquanto seus amigos tinham a vida ceifada pelos criminosos. Incapaz de suportar a fumaça, ele caiu de volta ao dormitório, mas teve uma ideia para enganar os agressores: ele cobriu seu corpo com o sangue dos colegas mortos, aplicando-o em suas orelhas, boca e cabeça. Quando os agressores voltaram e verificaram seu pulso, acreditaram que ele estava morto e o deixaram ileso.
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Outro sobrevivente, Godwin Mumbere, compartilhou sua história semelhante de sobrevivência. Ele testemunhou os agressores invadindo o dormitório feminino e matando brutalmente as estudantes com golpes de facão. Em seguida, eles voltaram ao dormitório masculino, onde Godwin estava escondido. Embora os agressores o tenham visto, eles presumiram que ele estava morto e seguiram em frente. Antes de partir, eles atiraram em sua mão e atearam fogo no dormitório.
Os gritos de um colega que afirmava sobre a perda de susas vidas trouxeram Godwin de volta à realidade. Ele escapou correndo do dormitório, com um pulo sob o portão da escola e escondendo-se embaixo de um carro esperando por resgate.
No Hospital Geral de Bwera, administrado por Clarice Bwambare, corpos de estudantes e moradores começaram a chegar por volta de 1h da manhã, aproximadamente três horas após o início do ataque. Dos 20 corpos recebidos, 18 eram de estudantes. Atualmente, cinco sobreviventes estão se recuperando no hospital, incluindo uma menina em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva devido a um ferimento grave na cabeça causado por um martelo dos rebeldes. O jornal New Vision de Uganda em relatório informa da perda de 21 estudantes mortos, foram sepultados por suas famílias no domingo.
Enquanto repousa em seu leito de hospital, Julius expressa tristeza por não poder comparecer aos funerais de seus amigos e colegas. Ele compartilha o desejo de se tornar um soldado para revidar e salvar vidas. A coragem e a determinação desses estudantes sobreviventes diante de um ataque tão brutal são um testemunho da resiliência humana diante da adversidade.