A inadimplência na região de Piracicaba (SP) aumentou no último ano, de acordo com levantamento de dados do Serasa. Em outras palavras, a quantidade de negativados chegou a 422 mil em abril deste ano, o que representa 22 mil a mais do que no mesmo período de 2022.
Os valores devidos aumentaram e ultrapassaram os R$ 2,2 bilhões este ano. Sendo assim, o valor é 23% maior do que a soma das dívidas na região no ano passado, que totalizavam R$ 1,8 bilhão. Se considerar apenas os valores da metrópole, pode se dizer que representa 34% do total da região, com R$ 780 milhões.
Entre as cidades da região, o maior aumento percentual na quantidade de devedores ocorreu em Engenheiro Coelho, com 13% a mais do que o registrado em 2022. Por outro lado, a única cidade com queda nos moradores com “nome sujo” foi Águas de São Pedro.
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Segundo o economista e gestor de projetos do Pecege, Haroldo Torres, o aumento da inadimplência na região acompanha o cenário nacional. Além disso, ela se intensificou com um aumento da inflação após a pandemia da Covid-19, fato que ainda interfere na economia do país. “Lá atrás nós estávamos tendo um surto inflacionário pós-pandemia e ele é o principal causador da inadimplência. Com a inflação nós temos um aumento do custo de vida, significa que o consumidor passa a ter mais dificuldade para pagar as suas contas. A inflação leva a uma verdadeira redução da renda real, uma compressão da renda disponível das famílias”, explicou.
Ainda, outro fator que contribui para a manutenção e piora da inadimplência é a taxa de juros, que sofreu um aumento justamente para combater a inflação. “Junte um fenômeno da renda comprimida das famílias e agora, em um segundo momento, aos juros mais altos. É isso que está levando ao endividamento e às menores condições para tomar crédito.”
O economista também acrescenta que que algumas linhas de crédito rotativo ou cheque especial, também facilitam o crescimento de tal situação. “A gente percebe que são linhas de curto prazo, só que com juros estratosféricos e crédito pré-aprovado”, afirmou. “O serviço da dívida começa a comprometer o padrão de vida das famílias. A inadimplência gera uma espiral muito ruim, porque ela vai ter um cidadão super endividado e praticamente toda a renda dele passa a ser alocada para despesa financeira, deixando de financiar e ser alocada naquilo que é essencial. Torna nesse caso um fardo difícil de ser superado.”