Uma operação realizada pela Polícia Federal (PF) revelou um perturbador caso de tortura virtual envolvendo o aplicativo de mensagens e chamadas Discord. Segundo a PF, pelo menos 10 pessoas foram vítimas dessa prática criminosa.
Essas vítimas entravam em um esquema de chantagem, cumprindo desafios perigosos e, caso se recusassem, suas fotos íntimas vazariam.
A denúncia veio à tona por meio do programa Fantástico, transmitido pela TV Globo, no último domingo (25). Um dos criminosos envolvidos no esquema, identificado como Izaquiel Tomé dos Santos, conhecido como Dexter, admitiu ter chantageado as jovens para que elas se mutilassem. Dexter encontra-se detido desde abril.
Uma das vítimas, uma garota de 15 anos, compartilhou detalhes da situação com um jornal, descrevendo o tormento que enfrentou. Ela relatou que Dexter a obrigava a cortar o nome dele em partes íntimas e a ameaçava revelar informações constrangedoras caso ela não cumprisse suas ordens no tempo estipulado.
Na última sexta-feira (23), a PF realizou a prisão de dois indivíduos que operavam da mesma forma no aplicativo Discord. No entanto, um terceiro suspeito identificado como Carlos Eduardo, conhecido como DPE, ainda encontra-se foragido.
Além de responsabilizar os agressores, o Ministério Público de São Paulo iniciou uma investigação para apurar a responsabilidade da própria plataforma de mensagens, decerto devido à falta de segurança que permitiu a ocorrência desses crimes.
Clint Smith, chefe de segurança do Discord, afirmou que a empresa está empenhada em remover conteúdos que promovam discurso de ódio ou sejam inadequados. Por fim, ele ressaltou que o Discord não tolera comportamentos odiosos e que a equipe trabalha ativamente para eliminar tais conteúdos. Smith acrescentou que a maioria das interações dos usuários brasileiros no Discord é positiva e saudável, e que a empresa portanto age proativamente na investigação de grupos que possam representar ameaças às crianças, buscando remover esses indivíduos nocivos da plataforma.