O trecho do Rio Tietê que passa por Salto e Itu (SP) foi tomado por um “mar” de espuma tóxica na manhã desta quinta-feira (6). A paisagem permanece a mesma desde sábado (1º).
A espuma tóxica é formada pela concentração de resíduos de detergentes e materiais despejados no rio sem tratamento. Especificamente no trecho de Salto, ela se forma por conta das corredeiras de uma cachoeira da cidade.
Devido ao clima mais frio, a espuma demora mais tempo para se dissipar. Além disso, a alta concentração de poluentes no rio, que já é elevada, fica ainda mais intensa durante o período de estiagem, quando chove menos.
A última chuva em Salto ocorreu há três semanas, e em julho ainda não choveu. Isso faz com que a quantidade de água diminua, enquanto a de esgoto continua no mesmo nível.
A situação é algo recorrente no trecho. A espuma tóxica é causada pelos produtos químicos despejados no Rio Tietê sem o devido tratamento, provenientes de empresas e residências da região.
De acordo com entidades que monitoram o Rio Tietê, pelo menos 70 toneladas de poluentes são despejadas diariamente no rio sem tratamento adequado.
A diretora da fundação SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, diz que faltam políticas públicas que proíbam danos aos rios. Em outras países, segunda ela, isso já é uma realidade.
“É inadmissível a gente ter um rio grandioso como o Tietê, com grande extensão, sendo utilizado para dispersar poluentes e diluir o que a gente chama de remanescentes de esgotos tratados e não tratados”, ressaltou.
Com isso, a Prefeitura de Salto afirmou que trata quase 100% do esgoto do Rio Tietê, mas recebe água da Região Metropolitana de São Paulo, que já chega poluída no trecho em questão.
“Os poluentes, em sua maioria sabonáceos, acabam causando essa espuma, que aparecem mais na região de Salto por causa das corredeiras e, especialmente nessa época do ano, por conta do clima seco. Vale ressaltar, acima de tudo, que é uma poluição para a qual Salto não já causa, já que trata quase 100% de seu esgoto”, pontuou.