Foi inaugurado nesta terça-feira (18) o quarto Centro de Encomendas Internacionais dos Correios no Brasil e primeiro fora de uma capital. A nova unidade do Ceint fica em Valinhos (SP), no interior de São Paulo, e deve agilizar as entregas em todo o país.
Abaixo, entenda por que as entregas devem chegar mais rapidamente ao destino final:
1. Por que e quanto deve agilizar as entregas?
Basicamente, isso ocorrerá porque a força de trabalho vai aumentar. O serviço, que atualmente é realizado nas três unidades, também será distribuído para esta quarta – que tem 44 mil m² e capacidade para 60 mil encomendas por dia. Assim, haverá maior estrutura e mais funcionários para o tratamento e liberação das encomendas.
O efetivo em Valinhos começará com 70 funcionários, e a expectativa é de chegar a 120 até outubro deste ano. A atuação deles teve início já nesta terça-feira, após cerca de duas semanas de treinamentos.
De acordo com os Correios, as remessas internacionais serão processadas com maior agilidade e devem chegar mais rapidamente ao destino final. Outro ponto positivo para que isso ocorra está diretamente ligado à localização do novo Centro de Encomendas Internacionais.
Tudo isso favorecerá para que as entregam sejam adiantadas em até dois dias, a depender da agilidade no pagamento.
2. Quantas encomendas serão recebidas?
Inicialmente, a unidade deve receber 1 mil encomendas consideradas não urgentes de até 5 kg – a urgência refere-se ao tipo de contrato ou modalidade da remessa.
Também em outubro, o novo Ceint espera passar a receber até 20 mil encomendas.
3. Minha compra também poderá passar pela unidade?
Sim, todas as compras, mesmo as individuais, desde que cheguem via aeroportos, poderão ser levadas ao Centro de Encomendas Internacionais. Entre os produtos, estão roupas, eletrônicos e medicamentos vindos do exterior.
No local, há uma série de órgãos fiscalizadores, como Receita Federal, Anvisa e Exército.
3. Como é realizado o processo?
- A encomenda chega até uma gerência de captação no Ceint. Há uma conferência, e o conteúdo é submetido para a Receita;
- a Receita usará inteligência artificial no processo de liberação, e uso de raio-X por questão de segurança nacional; também verifica se a nota fiscal corresponde de fato ao produto importado
- Depois disso, se não houver pendência, vai para uma etapa de armazém. Se houver pagamento é liberado, senão fica 3 dias parado (prazo máximo de prorrogações é de 30 dias, senão há devolução), ou seja, há uma revisão do pagamento constante.
- Se liberar, pode chegar tanto em 1 para a região quanto para Fortaleza, por exemplo, a depender da rota cargueira disponível em VCP
2. Localização estratégica
O posto fica a cerca de 20 quilômetros do Aeroporto de Viracopos, às margens da Rodovia Anhanguera, e com fácil acesso a outras rodovias importantes do estado, como a Bandeirantes, D. Pedro I e Santos Dumont. O caminho também favorece o que chega pelo Aeroporto de Guarulhos.
Os Correios afirmam que a unidade de Valinhos vai somar forças às outras três e gerar impactos em todo o país.
3. Como era anteriormente?
Existem três unidades de tratamento de carga internacional, que funcionam em Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP). As encomendas que chegam do exterior são encaminhadas, via terrestre, do aeroporto a um dos Ceint. Lá, passam por serviços de fiscalização aduaneira e depois seguem para os centros de distribuição até chegar ao destinatário final.
4. Quais os impactos nos aeroportos?
O Terminal de Carga do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), processou ao longo de 2022 cerca de 6,8 mil toneladas de remessas expressas internacionais. Só no primeiro semestre deste ano foram 3,5 mil toneladas, o que indica um aumento de 6% em relação ao ano passado.
Com a nova unidade dos Correios, a expectativa é de que as encomendas que chegam pelo aeroporto da região, bem como o de Guarulhos, sejam beneficiadas e não precisem deixar o estado antes de chegar aos seus consumidores.
Além disso, Marcelo Mota, diretor comercial da Aeroportos Brasil, que administra Viracopos, acredita que a criação da estrutura possa impulsionar ampliação de rotas cargueiras no terminal.