O Supremo Tribunal Federal (STF) alcançou um marco significativo nesta segunda-feira (21) ao consolidar uma maioria de votos em apoio ao reconhecimento das ofensas homofóbicas como um crime de injúria racial. Neste julgamento que ocorre no plenário virtual da Corte, a questão em análise é um recurso apresentado pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT), buscando expandir a decisão previamente tomada pela Corte em 2019, que já havia criminalizado a homofobia como uma forma de racismo.
Até o momento, o placar de votação se inclina fortemente para o lado da ampliação da punição. Com sete ministros favoráveis a essa medida e apenas um voto contrário. Espera-se que este julgamento virtual chegue a uma conclusão até o final do dia de hoje, às 23h59. Então trazendo a promessa de esclarecer de maneira ampla a discussão sobre a injúria racial no contexto das ofensas homofóbicas.
Desde que proferiu a decisão em 2019, a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT) tem mantido a posição de que as decisões judiciais pelo país estavam interpretando a homofobia como crime de racismo. Somente quando dirigidas às ofensas contra o grupo LGBTQIA+. Isso culminou em uma situação em que a injúria racial. Imposta quando alguém tem sua honra atacada, não era tratada conforme a determinação do STF.
Na visão do ministro Fachin, restringir a aplicação do reconhecimento de injúria racial aos casos de racismo e deixar desprotegidas as vítimas de ofensas racistas dentro da comunidade LGBTQIA+ é uma abordagem contrária não apenas ao acórdão em questão. Assim também aos princípios constitucionais que norteiam a proteção dos direitos e da igualdade.
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A adesão ao voto de Fachin foi notável entre ministros como Dias Toffoli, Nunes Marques, Rosa Weber, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes e Luiz Fux. No entanto, é importante observar que André Mendonça se declarou impedido para participar do julgamento, enfatizando a sensibilidade e relevância do tema em debate.
A peculiaridade desse julgamento reside na modalidade virtual da Corte, onde os ministros inserem seus votos no sistema eletrônico, não havendo deliberação presencial. Isso reflete a capacidade da tecnologia de promover discussões e decisões de alta importância, mantendo a eficácia e a abrangência do processo judicial.
Neste momento, o panorama aponta para um avanço significativo na proteção dos direitos da comunidade LGBTQIA+ contra ofensas homofóbicas. O STF, ao formar uma maioria sólida em prol da ampliação da punição, sinaliza seu compromisso com a justiça e a igualdade. Por fim dando um passo firme na direção de uma sociedade mais inclusiva e respeitosa.