Cinco países estão à beira de serem convidados a se unir ao bloco dos Brics: Irã, Arábia Saudita, Egito, Argentina e Emirados Árabes. A reunião dos atuais líderes do grupo, durante a 15ª cúpula dos Brics, reforçou as candidaturas dessas nações.
No decorrer da reunião, que aconteceu na noite de terça-feira (22) em Joanesburgo, África do Sul, as propostas desses países ganharam notável impulso. Esta mudança potencial não apenas reformula a configuração dos Brics, mas também reflete alterações na dinâmica geopolítica mundial.
Além disso, a Indonésia também poderia receber um convite, mas está contemplando adiar sua adesão devido à liderança que exerce na Associação dos Países do Sudoeste Asiático (Asean) neste ano. Fontes governamentais brasileiras confirmam que todos os novos integrantes receberiam admissão plena, equiparando-se aos países fundadores: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
No contexto das relações comerciais, o Brasil expressou apoio à inclusão da Argentina, sua parceira dentro do Mercosul. Há também a possibilidade de a África do Sul defender a admissão de outro país africano, além do Egito, expandindo assim a presença regional.
Essa expansão do grupo Brics é um reflexo dos interesses da China e da Rússia, que buscam estabelecer o bloco como um contrapeso ao G7. Liderado pelos Estados Unidos, e a outras instituições de governança global. Esse movimento ganha relevância à luz das crescentes rivalidades entre as duas maiores economias globais, China e EUA, bem como do isolamento da Rússia decorrente da crise na Ucrânia.
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No entanto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nega que a intenção dos Brics seja a de antagonizar outros grupos. Uma fonte próxima a Lula destaca que os Brics buscam proteger seus próprios interesses no contexto de uma ordem global em constante transformação, que está gradualmente adotando uma estrutura multipolar.
Um dos requisitos do Brasil para a admissão de novos membros é uma declaração explícita de apoio por parte da China e da Rússia à obtenção de um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. Ainda que haja avanços nesse sentido, as divergências entre China e Índia podem complicar a concretização dessa declaração.
Neste cenário de mudanças geopolíticas, os Brics estão desempenhando um papel fundamental na moldagem de uma nova configuração global. Assim redefinindo relações internacionais e equilibrando as forças em um mundo em constante evolução.