Campinas testemunhou um aumento alarmante de óbitos por Acidente Vascular Cerebral (AVC) em suas instalações municipais de saúde ao longo de 2022, totalizando 418 falecimentos. Os dados, obtidos por solicitação da Secretaria Municipal de Saúde, realçam um preocupante índice de mortalidade, o maior em quatro anos, com 36,73 óbitos a cada 100 mil habitantes. Este valor compõe 4,58% do número total de mortes registradas no sistema de saúde durante o período, assim totalizando 9.132 casos.
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A necessidade urgente de abordar essa preocupante tendência foi sublinhada por especialistas. Eles apontam para a importância da atenção à saúde preventiva, enfatizando a crítica importância do intervalo entre a identificação dos sintomas e a busca por assistência médica. Comparando com o ano anterior, os números de 2022 mostram um aumento de 16,51%, com 349 óbitos por AVC dentre um total de 10.658 mortes. O alerta continua, uma vez que a taxa de mortalidade por AVC parece estar crescendo consistentemente.
Especialistas destacam múltiplos fatores que contribuem para essa tendência alarmante. Thiago Abud, neurorradiologista do Centro Médico de Campinas, que assim identificou a deterioração da qualidade de vida, eventos climáticos extremos e avanços tecnológicos na detecção da doença como possíveis causas. Abud enfatizou: “É crucial considerar a multiplicidade de fatores de risco, como sedentarismo, tabagismo, obesidade e hipertensão. Durante a pandemia, esses fatores pioraram, assim levando a uma queda na qualidade de vida.”
O AVC, um dos principais responsáveis pela mortalidade no Brasil e no mundo, exige mais conscientização. O médico Li Li Min, da Unicamp, ressaltou a importância de identificar os sintomas e buscar assistência imediata. Ele introduziu o método “SAMU” – Sorriso, Abraço, Música e Urgência – para reconhecer os sinais de um AVC. Li Li Min explicou que cada minuto importa, já que as células cerebrais são altamente sensíveis à falta de oxigênio.
A prevenção permanece a chave, com o foco em hábitos saudáveis, exercícios regulares, não fumar e monitorar a pressão arterial. A Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares adverte que 1 em cada 4 brasileiros enfrentará um AVC em algum momento da vida. Por fim, a mensagem é clara: a prevenção é o caminho a seguir para combater essa ameaça silenciosa e mortal.