No último sábado (26), uma gangue criminosa desencadeou uma terrível tragédia em Porto Príncipe, a capital do Haiti. Membros de uma comunidade cristã que marchavam foram alvo de tiros fatais, resultando na trágica morte de pelo menos dez pessoas, conforme relatado pela imprensa local.
A cena macabra, testemunhada por jornalistas no local, mostrou manifestantes portando facões e liderados pelo pastor da igreja local. A motivação do protesto era clara: exigir a erradicação dos membros de gangues que infestam a área, gerando uma atmosfera de insegurança e medo.
O ataque hediondo se desenrolou nos arredores da capital, em Canaã, uma favela cujos moradores são sobreviventes do terrível terremoto de 2010. A tragédia ganhou ainda mais gravidade quando os disparos tiveram tranmissão em tempo real. O que impactou tanto a comunidade local quanto o mundo que assistia a essa violência.
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Marie Yolène Gilles, diretora do grupo de direitos humanos Fondasyon Je Klere, expressou indignação perante a situação, relatando várias mortes e feridos. O Haiti, mergulhado em uma espiral de violência e instabilidade institucional desde o assassinato do presidente Jovenel Moise em 2021, enfrenta agora uma crise que tem devastado a nação.
A situação caótica é evidenciou-se pelos alarmantes números. São mais de 2.400 mortos, 950 sequestros e 902 feridos entre 1 de janeiro e 15 de agosto, de acordo com estatísticas recentes das Nações Unidas. A ascensão de quadrilhas ultraviolentas após o assassinato presidencial assumiu o controle de vastas extensões do território nacional. Assim mergulhando o país em um abismo de desordem.
Canaã, a comunidade onde ocorreu o ataque, encontra-se sob o domínio de um grupo criminoso liderado por um indivíduo conhecido apenas como “Jeff”, supostamente ligado à temida gangue “5 Seconds”. Gédéon Jean, diretor do Centro de Análise e Pesquisa sobre Direitos Humanos do Haiti, condenou o pastor por liderar um ataque tão brutal e irresponsável.
Jean também planejava solicitar uma investigação por parte do Ministério da Justiça, enquanto salientava que a polícia deveria ter impedido o protesto.