Um levantamento do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância Fiocruz/Unifase) indica aumento da cobertura de quatro vacinas do Programa Nacional de Imunizações em 2022: BCG, Pólio, DTP e tetraviral. O estudo teve sua atualização divulgada nesta segunda-feira (4) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A sucessiva queda das coberturas vacinais desde 2015 é motivo de preocupação de autoridades sanitárias e pesquisadores. Estes, que apontam risco de retorno e descontrole de doenças, como a poliomielite. O caso mais emblemático é o do sarampo, que chegou a ser eliminado do país em 2016, no entanto, retornou dois anos depois em meio à queda da vacinação.
Enfim, com os dados do levantamento, os pesquisadores calculam que a vacina BCG teve aumento de cobertura de 19,7 pontos percentuais no ano passado, chegando a 99,5%. Com aplicação ao nascer, a vacina protege contra formas graves de tuberculose e tem como meta chegar a 90% dos bebês.
Se tem registro de um aumento de mesma ordem para a vacina injetável contra a poliomielite, com aplicação em três doses no primeiro ano de vida. Entretanto, o crescimento de 19,7 pontos percentuais não foi suficiente para que a taxa de cobertura chegasse a 95%. Dessa forma, a cobertura em 2022 ficou em 85,3%.
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A tríplice bacteriana (DTP), que protege contra difteria, tétano e coqueluche também apresentou o mesmo caso. Teve aumento no número de aplicações, de 9,1 pontos percentuais, contudo, ainda assim, não alcançou a meta de 95%. Sendo assim, neste caso, o percentual ficou em 85,5%.
No caso da tetraviral, que previne sarampo, caxumba, rubéola e varicela, o aumento foi menor, de 3,5 pontos percentuais, alcançando uma cobertura de 59,6%. Vale destacar que a imunização contra essas doenças também pode ocorrer com a tríplice viral, uma combinação de uma vacinação específica contra varicela, vírus causador da catapora e herpes zoster.
Vale citar também que o Observa Infância possui uma metodologia própria para calcular as coberturas vacinais e relacionar esses dados. Dessa forma, construindo uma série histórica sobre vacinação no Brasil desde 1996. Os pesquisadores colheram dados de mais de 1,3 bilhão de doses aplicadas no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI). Por conta dessa metodologia, As coberturas do Observa Infância não foram as mesmas que as do SI-PNI e disponíveis na plataforma TabNET.
Segundo o Ministério da Saúde, a cobertura da BCG no ano passado foi de 90,06%, dentro da meta do programa. Entretanto ficou abaixo dos 99,5% apontados no estudo. Situações parecidas ocorrem, para poliomielite e DTP. Para o primeiro caso, enquanto a pesquisa indica cobertura de 85,3%, o SI-PNI informa 77,2%. Enquanto isso, para a DTP, que tem 77,2% no PNI e 85,5% no Observa Infância.