Uma das tendências de moda mais quentes do momento está causando um alvoroço nas redes sociais. A estampa em estilo trompe l’oeil, que significa “engana o olho” em francês, está de volta, e desta vez, de uma maneira ousada e provocativa.
Essas estampas criam a ilusão de que a pessoa está nua, representando corpos humanos com imagens de peitos, abdomens, músculos e até ondas de calor. Essa abordagem ousada e surpreendente tem ressurgido com força total, resgatada dos anos 1990, quando alcançou o auge na alta costura.
Uma característica intrigante dessa tendência é como ela tem ajudado as mulheres a contornar a censura das redes sociais, em especial o Instagram e o Facebook, onde a exibição de mamilos femininos é proibida. A ilusão de ótica é tão convincente que, em alguns casos, os algoritmos das redes sociais não conseguem diferenciar entre um desenho e um corpo real, levando a ambiguidades nas políticas de censura.
Artistas como Laetitia Ky e celebridades como Anitta aderiram a essa tendência, publicando fotos em que parecem estar nuas, mas estão cobertas por roupas com estampas de trompe l’oeil. A tendência não apenas desafia as normas de vestimenta, mas também promove a autoimagem e a liberdade de expressão.
A estética do trompe l’oeil, que surgiu na moda na década de 1930 com a estilista Elsa Schiaparelli, cria um efeito visual tridimensional nas roupas, permitindo que detalhes fictícios sejam adicionados às peças. Jean Paul Gaultier foi um dos principais expoentes desse estilo nos anos 1990, usando desenhos geométricos e cores vibrantes para criar ilusões de biquínis e calor corporal.
Atualmente, marcas de alta costura e varejistas populares, como a chinesa Shein, estão ressuscitando a ilusão de ótica, destacando a nudez de maneira provocativa. Essa tendência se alinha com a crescente ênfase na exposição do corpo, sem medo de desafiar normas e códigos de vestimenta tradicionais.
Em um momento em que se discute amplamente a objetificação feminina e a liberdade sexual, o uso de estampas de trompe l’oeil, seja de maneira literal ou lúdica, é um ato de ousadia e um elogio à autoimagem. Assim como a estilista Vivienne Westwood desafiou os padrões sociais em 1977 com uma blusa que imitava seios, o trompe l’oeil contemporâneo serve como uma forma irônica de contestar as normas convencionais de vestimenta.
Embora a tendência também tenha conquistado o público masculino, seu sucesso atual é particularmente cativante para as mulheres, que muitas vezes estão desafiando a própria ideia de vestir uma roupa. Em uma época em que a autoexpressão e a quebra de barreiras são celebradas, essa tendência da ilusão de ótica é mais do que uma moda passageira, é um reflexo da transformação cultural em curso.