Jon Fosse, um proeminente escritor e dramaturgo norueguês, foi laureado com o Prêmio Nobel de Literatura de 2023. O anúncio foi feito pela Academia Sueca, sediada em Estocolmo, nesta quinta-feira. A Academia concedeu o prêmio a Fosse “por suas notáveis peças e prosa inovadoras, que dão voz ao indizível.”
Com o anúncio, Fosse expressou sua reação, declarando-se “arrebatado e um pouco assustado” em um comunicado. Ele viu a premiação como um reconhecimento à literatura que, acima de tudo, busca ser genuína, sem considerações adicionais.
Nascido em 1959, na pitoresca Strandebarm, na costa oeste da Noruega, Fosse fez sua estreia literária em 1983 com o romance “Raudt, svart” (“Vermelho, preto”), ainda não publicado no Brasil. Conhecido como o “Samuel Beckett norueguês do século XXI,” sua obra abraça ficção, poesia, ensaios, mais de 40 peças teatrais e obras infantis.
A Academia Sueca estabeleceu paralelos entre Fosse e seu predecessor na literatura norueguesa de Nynorsk, Tarjei Vesaas. Ambos compartilham vínculos profundos, sejam linguísticos ou geográficos, combinados com técnicas artísticas modernistas. Apesar da perspectiva negativa compartilhada com seus predecessores. A visão de Fosse não se traduz em um desprezo niilista pelo mundo, mas sim em uma exploração calorosa e humorística da experiência humana.
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De acordo com a Academia, sua obra-prima em prosa é a série “Septology,” composta por “Det andre namnet” (“O segundo nome”), “Eg er ein annan” (“Eu sou outra pessoa”), e “Eit nytt namn” (“Um novo nome”). Na dramaturgia, Fosse destaca-se com a peça “Nokon kjem til å komme” (1996; “Alguém vai chegar”), caracterizada por seus temas de expectativa assustadora e ciúmes paralisantes.
Fosse é, atualmente, um dos dramaturgos mais encenados em todo o mundo, e sua prosa tem recebido crescente reconhecimento. A condição humana é o cerne de sua obra, independentemente do gênero literário explorado.
Recentemente, a Companhia das Letras publicou “É a Ales,” uma obra que reflete sobre o amor e a perda por meio das memórias de Signe, uma mulher que aguarda seu marido, desaparecido após partir em um barco pelo fiorde.
Além disso a Fundação do Prêmio Nobel anunciou que os laureados deste ano receberão 1 milhão de coroas suecas adicionais. Por fim elevando a recompensa total para 11 milhões de coroas suecas (aproximadamente R$ 5,05 milhões), demonstrando o reconhecimento da importância de suas contribuições literárias.
