Narges Mohammadi, ícone da revolução feminina no Irã, ganhou o Prêmio Nobel da Paz 2023. Ela lidera a luta das mulheres iranianas contra a opressão do regime atual. Mohammadi é a 19ª mulher premiada em 122 anos de história do Nobel da Paz.
Ela é engenheira, mãe de gêmeos e enfrenta 31 anos de prisão e 154 chibatadas devido ao ativismo. Há duas décadas, defende direitos das mulheres e a abolição da pena de morte no Irã. Presa seis vezes, a primeira há 22 anos.
Assim, desde janeiro de 2022, cumpre pena de 10 anos e 9 meses por propaganda contra o governo. Berit Reiss-Andersen, presidente do Comitê do Nobel, destacou o apoio à sua luta corajosa.
Apesar da prisão, Mohammadi atua como vice-diretora do Centro de Defensores dos Direitos Humanos do Irã. Liderado por Shirin Ebadi, ganhadora do Nobel da Paz em 2003.
A morte de Mahsa Amini em setembro de 2022 desencadeou uma onda de protestos contra o regime iraniano, resultando em mais de 500 mortes e centenas de condenações à pena de morte. Assim, no dia a dia, muitas mulheres desafiam as rígidas regras de vestimenta do governo desde 1983.
Mesmo encarcerada, Mohammadi publicou um artigo recente no jornal “The New York Times”, enfatizando que “quanto mais nos prenderem, mais fortes seremos”.
O Nobel da Paz, no valor de 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 5,1 milhões), será entregue em Oslo no dia 10 de dezembro.
Os organizadores pediram a libertação de Mohammadi para que ela possa receber o prêmio pessoalmente.
Antes do anúncio, Narges Mohammadi estava entre as favoritas nas casas de apostas, ao lado do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e do opositor russo Alexei Navalny, ambos também atualmente presos.
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