A guerra entre Israel e o grupo Hamas despertou a comoção de muitos brasileiros. Desde segunda-feira (9/10), a Embaixada de Israel no país recebe uma média de 100 e-mails diários de brasileiros voluntários dispostos a integrar o exército israelense no combate ao grupo islâmico fundamentalista no Oriente Médio.
Informações diplomáticas indicam que uma informação falsa sobre a embaixada israelense solicitando reforços globais circulou no início da semana. Assim inundando as caixas de e-mail da representação diplomática com centenas de mensagens. A embaixada esclareceu que o governo israelense não aceita o alistamento de cidadãos de outros países.
A representação diplomática destacou que as convocações no Brasil se dirigem exclusivamente a cidadãos israelenses temporários no país, alistados na reserva e treinados anualmente em Israel. No Brasil, só podem chamar um israelense que reside no país se ele não se desligou da reserva ao deixar Israel.
Na prática, só podem convocar aqueles que cumpriram o serviço militar israelense durante o período obrigatório. Portanto, brasileiros que vivem no Brasil, mas adquiriram a cidadania israelense, não podem ser convocados, pois não estão na reserva.
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Enquanto isso, a guerra no Oriente Médio entra no sexto dia de confrontos entre Hamas e Israel, com mais de 2,2 mil mortes registradas. Devido à escalada do conflito, o governo brasileiro mobilizou seis aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para repatriar brasileiros na região. Portanto, até quarta-feira (11/10), 2.723 brasileiros pediram ajuda ao Itamaraty para sair da zona de guerra.
Na madrugada de quarta-feira, o primeiro voo com 211 brasileiros chegou a Brasília, seguido pelo desembarque de outros 214 resgatados no Rio de Janeiro na madrugada de quinta-feira (12/10). O governo federal conduz a operação ‘Voltando em Paz’, a qual faz parte dessa operação.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou nas redes sociais, pedindo a libertação de crianças israelenses sequestradas e um cessar-fogo em Gaza. Ele apelou ao secretário-geral da ONU, António Guterres. Assim como à comunidade internacional para “pôr fim à mais grave violação dos direitos humanos no conflito no Oriente Médio.”
Por fim, o governo brasileiro, alinhado à posição da ONU que não reconhece o Hamas como organização terrorista, ocupa a presidência provisória do Conselho de Segurança da ONU neste mês de outubro. O Brasil avalia, com outros membros da instância decisória da ONU, as consequências políticas do conflito recente.