A Justiça do Rio de Janeiro tomou uma decisão significativa após atender ao pedido do Ministério Público. Bruno De Luca deverá responder por omissão de socorro no caso do atropelamento de Kayky Brito na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.
Essa decisão surgiu após um inquérito da Polícia Civil, que, apesar de evidências de câmeras de segurança mostrando Bruno deixando o local do acidente sem prestar auxílio, não indiciou o ator.
O advogado de Bruno De Luca, Rodrigo Brocchi, enfatizou que seu cliente não cometeu o crime de omissão de socorro. Ele argumentou que outras pessoas estavam presentes e prestaram assistência à vítima. Além disso, Brocchi ressaltou que Bruno não foi o causador do acidente e não tinha obrigação específica de prestar socorro.
Em entrevistas e em seu depoimento à polícia, Bruno De Luca declarou que testemunhou o atropelamento, mas só soube que a vítima era Kayky Brito no dia seguinte. Ele também revelou ter traumas relacionados a acidentes, o que afeta sua memória e a clareza dos eventos daquela noite.
A Justiça e o Ministério Público enfatizou que Bruno De Luca foi a única pessoa que saiu do local imediatamente após o atropelamento. Sem adotar quaisquer medidas de socorro ou verificar se alguém havia solicitado ajuda, o que o coloca sob a mira do artigo 135 do Código Penal, que prevê o crime de omissão de socorro.
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O ator Kayky Brito, vítima do acidente, enfrentou um período de recuperação de 27 dias, incluindo uma estadia na UTI. Recentemente, ele gravou um vídeo de agradecimento de sua casa. Assim o promotor Márcio Almeida Ribeiro da Silva obteve sucesso ao solicitar o indiciamento de Bruno De Luca. Também convocou Kayky Brito para manifestar-se sobre a investigação de lesão corporal culposa envolvendo o motorista responsável pelo atropelamento, Diones Coelho da Silva.
O inquérito policial determinou que Diones estava dirigindo dentro dos limites de velocidade, mantendo a atenção, sem indícios de embriaguez, e prestou socorro à vítima. Além disso, o relatório final da 16ª DP (Barra da Tijuca) recomendou o arquivamento do caso. No entanto, a Justiça exige que Diones e a Uber comprovem o vínculo de prestação de serviços, com possíveis implicações legais caso ele se torne réu.
A decisão judicial tem um impacto direto na pena, com a possibilidade de um agravamento em 1/3 a metade, além de transferir o caso para uma Vara Criminal em vez do Juizado Especial Criminal, onde as penas máximas são limitadas a 2 anos.
Por fim, o acidente, registrado por uma câmera de segurança na Avenida Lucio Costa, mostra Kayky correndo repentinamente para atravessar a rua. O motorista, mesmo tentando desviar, acabou atingindo o ator. O Corpo de Bombeiros o socorreu com traumatismo craniano e diversas fraturas. Sendo internado no Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon, e posteriormente transferido para o Copa D’Or, onde prosseguiu sua recuperação até receber alta.