Após as chuvas de outubro, a vazão do Rio Piracicaba alcançou mais de 120 mil litros de água por segundo nesta quarta-feira (18). A marca é seis vezes maior que a expectativa média para este período do ano, que é de 20 mil litros de água por segundo, de acordo com dados dos Departamento de Água e Energia Elétrica (Daee) do estado de São Paulo.
A pergunta que pode surgir é se essa quantidade de água poderia ser suficiente para garantir o abastecimento da população local em períodos de estiagem. O secretário executivo do Consórcio das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), Francisco Lahoz, explica o porque isso não ocorre de maneira direta. “Isso é temporário. Não é suficiente. Temos que reservar água. Essa água vai para o Mar del Plata, na Argentina. Os Rios Piracicaba, Capivai e Jundiaí são afluentes do Rio Tietê na margem direita, que migra para Argentina”, alerta.
O Rio Piracicaba chegou a ficar em estado de emergência no último dia 9 deste mês, muito próximo do nível de transbordamento. Dois dias depois, as águas já tinham baixado e ele voltou ao estado de normalidade, sem risco de transbordar.
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Essa variação em um período tão curto causa estranheza, mas ocorre com frequência na região. Segundo especialista, isso acontece porque não há um reservatório para armazenar a água e, com isso, ela segue o curso natural do rio para outros municípios. O que pode trazer problemas para o abastecimento em alguns casos. Vale lembrar que o rio entra em estado de atenção aos 3,20 metros e seu extravasamento ocorre nos 4,70 metros.
Conforme o secretário executivo do Consórcio das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), Francisco Lahoz, a variação entre esses estados ocorre muito rapidamente quando chove. “As calha dos rios recebem essas águas e muitas vezes em questão de horas ou de dias, você passa para uma vazão muito superior. Entretanto, é só as chuvas deixarem de acontecer, como as águas não estão represadas, ela segue seu curso”, afirmou. No caso do Rio Piracicaba, as águas seguem até Barra Bonita (SP). Isso, por que o manancial é afluente do Rio Tietê, que segue o curso até desaguar no Mar de Prata, na Argentina.