Pescadores de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, fizeram uma descoberta inusitada na Baía de Guanabara. Uma garrafa de 2 litros de Coca-Cola, parte de um lote comemorativo da Copa do Mundo de 1998, emergiu das águas após 25 anos.
A garrafa de refrigerante, apesar de estar vazia, permaneceu intacta ao longo das décadas. Seu rótulo traz caricaturas dos jogadores que estiveram na final da Copa de 1998, na qual perderam para a França. O achado foi realizado manualmente na areia de uma das praias da Ilha do Pontal, tornando-se uma verdadeira “relíquia” para a comunidade de pescadores.
De acordo com informações da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), uma garrafa plástica como a encontrada pelos pescadores de São Gonçalo leva cerca de 450 anos para se decompor no ambiente. Tampinhas têm um tempo de decomposição mais curto, de aproximadamente 150 anos, enquanto latinhas de alumínio podem levar de 200 a 500 anos para desaparecer. O vidro, por outro lado, resiste a gerações e gerações, com um tempo estimado de decomposição de 1 milhão de anos.
Diversas colônias de pescadores da região realizam trabalhos de limpeza nos rios e canais circundantes, como o Canal de Magé, os rios Suruí, Estrela, Imbuaçu, Pomba e Marimbado, retirando resíduos sólidos que poluem o ambiente aquático.
Desde fevereiro, a Federação de Pescadores do Rio de Janeiro já retirou mais de 150 toneladas de resíduos sólidos como parte do programa “Águas da Guanabara”. Esse programa tem como objetivo quantificar e qualificar os resíduos sólidos, além de avaliar os impactos sobre a fauna e a flora da Baía de Guanabara. Essas iniciativas demonstram o compromisso da comunidade de pescadores com a preservação do ambiente marinho e fluvial da região.