Quem nunca se surpreendeu com os tons de rosa que pintam o céu ao amanhecer ou ao fim do dia? Uma mistura que, nos dias mais secos e quentes, envolve laranja, vermelho e até roxo. Nesta quinta-feira (26), o fenômeno chamou a atenção dos moradores da região de Campinas (SP).
Na tarde de quarta (25), Donizetti Oliveira Martins também registrou: “parecia o planeta Marte”.
O que pouca gente sabe, porém, é que apesar de bonito, o amanhecer colorido na metrópole tem uma explicação nada boa: a poluição. A meteorologista Ana Ávila, do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), deu detalhes de como isso acontece.
Como a poluição influencia na cor do Sol ao amanhecer e no fim do dia?
“A radiação solar atravessa a atmosfera e interage com as partículas em suspensão, tanto gotículas de água, de gelo, e com as moléculas dos gases presentes na atmosfera”.
“Se nós observarmos hoje pela manhã, nós veríamos que o Sol está um pouco acinzentado [o que pode ser causado pela poluição]”, detalha a especialista.
Essa interação entre a radiação solar e a presença das nuvens é que dá essa coloração um pouco diferente, especialmente nesses dois períodos do dia, quando o Sol nasce ou se põe.
“É muito comum essa mudança na coloração do sol em função da presença dessas partículas em suspensão na atmosfera [como ocorre nos dias mais secos]”.
Dessa forma, quanto mais laranja, maior pode ser o índice de partículas poluidoras na atmosfera.
O espetáculo visual nos céus de Campinas, embora impressionante, é um lembrete da influência da poluição no nosso ambiente. À medida que a conscientização sobre questões ambientais cresce, é um convite para ações que visam a melhoria da qualidade do ar e a redução da poluição, contribuindo para um cenário mais saudável e sustentável.