A região de Piracicaba (SP) tem experimentado um aumento nos casos de Covid-19 nas últimas semanas. Mesmo com o fim da pandemia, a doença ainda é motivo de preocupação, principalmente para os grupos de risco.
De acordo com os dados do Departamento Regional de Saúde (DRS) 10, que abrange a região de Piracicaba, a variação semanal de casos confirmados é de 13,7%. Este ano, de janeiro a outubro, confirmaram-se 7.330 casos e 96 óbitos pela doença nas 26 cidades da região. Embora o número possa parecer alarmante, é muito menor do que o registrado em 2022. No ano passado, houve 83.580 confirmações e 775 mortes por Covid-19.
Alguns municípios da região, como Limeira (SP), já observam um aumento de casos a partir de setembro, o que é considerado normal, segundo Moisés Taglieta, diretor do DRS 10. Ele afirma que, embora muito se fale na “volta” da doença, a Covid-19 nunca chegou a acabar. Os casos de fato tiveram uma redução drástica entre um ano e outro, mas continuaram sendo registrados, ainda que com menor gravidade. “A doença não vai embora, vai ser como as outras que passamos pandemia, como o H1N1”, argumentou.
Ele afirma que a alta atual de casos também já é esperada para o período. “Realmente existe um aumento de casos, como todo ano nessa época, a partir de setembro. Todos os anos desde o início da pandemia isso se mostrou uma constante. Porém esse aumento está mais discreto do que tivemos nos outros anos”, afirmou. Moisés explica ainda que, apesar de existir essa alta, a doença tem sido mais branda. “O quadro que se apresenta hoje é um quadro com muito menos alerta do que já foi. Ele tem uma característica de menor gravidade.”
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Diferente dos piores momentos da pandemia, porém, agora o sistema de saúde consegue absorver e responder bem essa demanda de novos casos. “Isso foi um problema no início. Agora o próprio sistema, os profissionais e estabelecimentos, aprenderam a lidar com a doença que até aquele momento era nova”, explicou. Taglieta também afirma que a variante circulando atualmente é a ômicron, que já tem como característica um quadro mais leve da doença, então não há indícios de um grande impacto dessa nova onda. “A gravidade tende a diminuir cada vez mais.”
Sazonalidade da Covid-19 O diretor do DRS afirma que a Covid-19 tende a seguir uma sazonalidade, assim como outras doenças respiratórias, como a gripe. “É uma tendência que está se mostrando. Sempre a gente vai ter essa ‘ondinha’ sazonal todos os anos. Em alguns momentos essa curva vai subir um pouco, mas rapidamente se dissipa.” Segundo ele, diferente de outras doenças respiratórias, porém, a sazonalidade da Covid-19 não tem relação com o clima. A disseminação da doença e aumento de casos se dá conforme o fluxo de pessoas se encontrando aumenta. “Ela não está ligada ao clima, mas sim à transmissão.”
Recomendações As recomendações de prevenção da Covid-19 giram em torno, principalmente, da vacinação. Segundo Taglieta, a procura pela dose bivalente, que protege contra a variante ômicron, está baixa. “No começo quase saiu briga, teve fila em drive-thru. Aí depois as pessoas começaram a se acomodar e o Brasil jogou centenas de milhares de doses fora. Esse é um grande problema que a gente vem enfrentando”, lamentou. Ele afirma que é necessário continuar se vacinando e cumprindo o calendário, que passa a ser anual para alguns grupos em 2024. Outra recomendação, segundo Taglieta, é observar o início dos sintomas para prevenir a disseminação. “Quando a pessoa amanhece com sintomas respiratórios”