Pelo quarto mês consecutivo, a taxa média de juros das concessões de crédito teve queda, desacelerando em 12 meses, segundo as Estatísticas Monetárias e de Crédito divulgadas desta terça-feira (7) do Banco Central (BC). A taxa, considerando o conjunto dos recursos livres e direcionados, alcançou 30,5% ao ano em setembro, apresentando redução de 0,2 ponto percentual no mês.
O pico dos juros aconteceu em maio, com 32,3% ao ano. Nos 12 meses encerrados em setembro, o crescimento foi de 1,5 ponto percentual. Enquanto isso, nos 12 meses encerrados em agosto, a alta foi de 7,6 pontos percentuais.
O comportamento dos juros bancários médios ocorre em um momento em que a taxa básica de juros da economia, a Selic, também tem redução. A Selic é o principal instrumento do BC para controlar a inflação.
Após sucessivas quedas no fim do primeiro semestre, a inflação voltou a subir na segunda metade do ano. No entanto, essa alta era já era uma revisão dos economistas. Diante disso, na semana passada o BC cortou os juros pela terceira vez no semestre, para 12,25% ao ano. Este ciclo que deve seguir com cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. Ainda assim, os membros do colegiado indicaram que poderão mudar o tempo do período de cortes, caso as condições tornem mais difícil reduzir juros.
De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de aperto monetário. Fato que teve início em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto do ano passado a agosto deste ano, a taxa se manteve em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.
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Até o fim do ano, a previsão dos analistas é que a Selic caia para 11,75%. Dessa forma, a taxa de captação dos bancos (o quanto é pago pelo crédito) vem recuando. Desde abril, ela está em queda e ficou em 9,3% em setembro.
A elevação da taxa básica ajuda a controlar a inflação porque causa de reflexos nos preços, já que juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança, contendo a demanda aquecida. Por outro lado, quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato. Dessa forma, causando incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.