As oscilações de temperatura que temos vivenciado recentemente no país têm um impacto significativo no metabolismo humano. O calor extremo pode causar desidratação e queimaduras solares se não houver proteção adequada, alertou Marcela Benez, médica e coordenadora do Departamento de Cirurgia e Oncologia da Sociedade Brasileira de Dermatologia do Rio de Janeiro.
Primeiramente as queimaduras solares podem ocorrer em pessoas que estão expostas diretamente ao sol na face e em áreas não cobertas pela roupa. Marcela enfatiza a importância de usar filtro solar antes de sair de casa, vestir roupas frescas e manter-se hidratado ao longo do dia.
Quando se trata de câncer de pele, Marcela explica que ele surge devido à exposição solar acumulada ao longo da vida e a queimaduras solares. Uma queimadura solar na infância pode causar alterações no DNA das células, que se acumulam ao longo da vida. “Não é imediato, mas várias exposições podem ser um fator de risco.”
Com a exposição prolongada ao sol, o câncer de pele pode começar a aparecer em adultos jovens e idosos. “Temos pessoas com 30 e poucos anos e até com 20 e poucos anos com câncer de pele, resultado de grande exposição ao sol desde crianças. A queimadura solar que causa eritemas e bolhas na pele pode levar a isso no futuro, na idade adulta.”
Algumas doenças podem ser agravadas pelo calor excessivo, especialmente as fotossensibilizantes, como lúpus e dermatomiosite, que são autoimunes. Assim a dermatite atópica, uma doença crônica e hereditária que causa inflamação da pele e coceira, também pode ficar descontrolada.
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Marcela recomenda que as pessoas façam a fotoproteção, que inclui o uso de chapéus, barracas na praia e piscina, roupas com fator UV de proteção, além do filtro solar, que deve ser aplicado na pele ainda em casa, portanto antes da exposição ao sol, e reaplicado a cada duas ou três horas.
A endocrinologista Ana Cristina Belsito, do Hospital São Vicente de Paulo, enfatiza que, em casos de calor excessivo, além disso é preciso eliminar o calor. “A sudorese aumenta nesse período, a pessoa começa a suar mais, e o sódio tende a cair. Os níveis de pressão arterial também caem com isso.”
Assim, Ana Cristina também alerta para a possibilidade de deterioração dos alimentos. “Muitas vezes, a conservação dos alimentos não é tão bem-feita nos locais onde se fazem refeições, e isso aumenta o risco de infecções intestinais, como diarreia, que podem levar a problemas de desidratação.”
Além disso, Ana Cristina reitera a necessidade de usar roupas frescas para eliminar o calor, pois nosso organismo fica muito aquecido. “E as comidas têm que ser leves, frescas. A hidratação e a proteção solar também são importantes, contra a radiação ultravioleta intensa e queimadura de pele.”