O Exército Brasileiro está prestes a finalizar um processo de seleção para a aquisição de 36 obuseiros blindados de combate. Portanto, este investimento, estimado em aproximadamente R$ 1 bilhão, visa substituir equipamentos que foram incorporados entre a Segunda Guerra Mundial e a década de 1970.
Nesta terça-feira, o Exército aguarda propostas de empresas interessadas neste pedido. Acredita-se que fornecedores de países como Estados Unidos, França, Suécia, China, Índia e Israel participarão do processo. Cada veículo tem um custo estimado de US$ 5 milhões. Portanto, a encomenda total de 36 unidades pode chegar a US$ 180 milhões, o que equivale a cerca de R$ 900 milhões pela taxa de câmbio atual.
Além disso, o Exército prevê um gasto adicional de 15% a 20% para treinamento e capacitação de suas tropas para o uso do novo equipamento. Este investimento tem como objetivo atualizar e fortalecer os sistemas de artilharia do Exército. Os obuseiros, considerados armamentos pesados devido ao seu alto poder destrutivo, são uma espécie de canhão moderno que dispara projéteis explosivos dentro de um tubo que direciona o tiro até o alvo.
Os novos obuseiros terão sua instalação em veículos blindados, ao contrário dos sistemas de reboque. Isso permitirá uma maior articulação com as forças mecanizadas, proporcionando ao Exército maior mobilidade e alcance. Os sistemas que estão sendo adquiridos pelo Brasil serão entregues no chamado “padrão Otan”, com projéteis de 155 mm e maior poder de fogo.
De acordo com fontes militares, os obuseiros atuais do Exército levam até 15 minutos para disparar o primeiro tiro e oito minutos para disparar dez tiros. Nos novos sistemas, o primeiro tiro sai em cinco minutos e podem fazer até seis disparos por minuto.
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Em agosto, o Exército lançou um “request for proposal” (RFP) para fornecedores. O prazo para a entrega de ofertas é esta terça-feira. O objetivo é ter uma “short list” de concorrentes pré-selecionados em dezembro. A partir daí, começará uma fase de “diálogo competitivo” com as empresas, portanto, com a intenção de anunciar o vencedor do processo em março de 2024. As entregas deverão começar em 2025 e se estender por dez anos (até 2035).
O menor preço não é o único critério de aquisição. O Exército pretende exigir “offset” tecnológico, que envolve obrigações como transferência de tecnologia ou uso de conteúdo local para o futuro grupo fornecedor do equipamento. Assim, no caso dos obuseiros, o offset deverá se concentrar na nacionalização da capacidade fabril de munições, preferencialmente em associação com uma empresa brasileira (a Imbel é favorita para isso).
A questão orçamentária é vista com relativa tranquilidade pelo Exército, já que as Forças Armadas terão recursos garantidos no Novo PAC, o programa de infraestrutura lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em agosto. Por fim, um dos eixos do programa é a indústria de defesa.