O faturamento com as exportações de produtos agropecuários bate recorde no período, impulsionado pelo aumento do volume embarcado.
De acordo com pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), o Brasil atingiu um marco significativo nas exportações agropecuárias, somando US$ 126 bilhões de janeiro a setembro de 2023. O resultado representa um crescimento de 3,2% em comparação ao mesmo período do ano anterior, sendo considerado um recorde para o período.
Crescimento Atrelado ao Volume Embarcado e ao Milho
Especialistas do Cepea atribuem esse desempenho ao aumento do volume embarcado, que cresceu 14,7%, apesar da queda de 10% nos preços médios em dólar. O milho destaca-se como o principal impulsionador desse crescimento, registrando uma alta de 40% no volume exportado.
Expectativas e Desafios para o Restante do Ano
Com base nos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Secretaria de Comércio Exterior – sistema Siscomex, a expectativa é que o setor mantenha o bom desempenho, podendo atingir um faturamento superior a US$ 160 bilhões até o final do ano. Contudo, essa projeção está sujeita à manutenção do cenário econômico favorável e a uma possível desvalorização do Real frente ao dólar norte-americano nos próximos meses.
Produtos Líderes nas Exportações
A soja em grão mantém a liderança como o produto mais exportado, representando 49% do volume total e 40% da receita em dólar. Além disso, outros setores, como o sucroalcooleiro e as carnes de frango e suína, também contribuíram para o bom desempenho do agronegócio brasileiro no cenário internacional.
Fatores Internacionais e Desafios Futuros
Os pesquisadores destacam que o crescimento das economias chinesa e norte-americana tem sustentado a demanda internacional. No entanto, a queda nos preços médios de alimentos e energia no mercado internacional, influenciada pelo arrefecimento na taxa de crescimento global, representa um desafio.
Os preços internacionais das commodities no segundo semestre dependerão do tamanho da safra no Hemisfério Norte e de eventos inesperados. Além disso, a expectativa do comportamento do câmbio e da inflação no Brasil também influenciará o setor agropecuário nos próximos meses.