Um novo estudo, conduzido pela Fundação Grupo Boticário em parceria com a UNESCO, Anamma e Aliança Bioconexão Urbana, apresenta dados alarmantes sobre a percepção dos brasileiros em relação às mudanças climáticas.
De acordo com a pesquisa. “Natureza e Cidades: a relação dos brasileiros com a mudança climática,” 64% dos entrevistados expressaram temor diante de precipitações intensas e temporais.
Além do medo da chuva, a pesquisa abrange a visão da população em relação aos eventos climáticos extremos. Surpreendentemente, o estudo revela que oito em cada dez brasileiros estão apreensivos em relação à mudança do clima. Destes, 71% acreditam que eventos climáticos extremos estão se tornando mais frequentes e intensos ao longo do tempo.
Os dados também destacam que 64% das pessoas entrevistadas reconhecem que a mudança climática não se limita ao aquecimento global. Portanto abrangendo uma variedade de eventos, como tempestades, ondas de calor, frio, ciclones, entre outros. Para 93% dos brasileiros, esses eventos estão se intensificando globalmente, e 91% consideram as mudanças climáticas uma questão de extrema importância.
O estudo aponta que cerca de uma a cada três pessoas (35%) já se sentiu impactada ou teve familiares diretamente afetados por fenômenos climáticos extremos. Assim resultando em uma perda financeira média estimada de R$ 8.485,00 por pessoa. Assim chuvas fortes, ventanias e inundações lideram a lista dos eventos causadores de impacto.
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Marlova Jovchelovitch Noleto, diretora e representante da UNESCO no Brasil, destaca a relevância dessa consciência para a busca de igualdade de direitos. “Essa compreensão é importante para percebermos que não se trata de uma questão meramente ambiental, é também uma questão ética e política.”
Assim, quase a totalidade dos entrevistados (98%) expressa o desejo de viver em cidades mais arborizadas, reconhecendo a influência positiva das áreas verdes na redução da sensação de calor.
Diante dessas percepções, 87% dos entrevistados afirmam estar dispostos a mudar hábitos em benefício do planeta. Entre as ações citadas estão a reciclagem e descarte correto do lixo (24%), plantio de árvores (15%), redução do uso de plástico (8%), e o uso de meios de transporte menos poluentes (8%).
Os resultados completos da pesquisa serão divulgados durante a 28ª Conferência de Mudanças do Clima da ONU (COP 28), em Dubai, nos Emirados Árabes, no dia 2 de dezembro. Por fim, o estudo ouviu 2 mil pessoas de todas as regiões do Brasil.