Uma jovem brasileira, Clara de Oliveira, de 25 anos, que trabalha como vendedora de passeios turísticos em San Pedro de Atacama, no Chile, foi gravemente ferida em um ataque de matilha de cachorros. Ela teve que ser levada para o hospital em Calama, cidade vizinha, devido à gravidade dos ferimentos.
O ataque ocorreu durante a tarde, na rua onde Clara mora, uma área central de San Pedro. Apesar de ser uma rua movimentada, estava deserta naquele momento, devido ao forte sol da região. Inicialmente, o ataque partiu por um cachorro pequeno, que apenas mordeu sua calça. Logo em seguida, cerca de 8 a 10 cachorros a atacaram por trás, derrubando-a e mordendo-a por oito a dez minutos até que alguém ouvisse seus gritos.
Um motorista salvou Clara que, ao ver a cena, buzinou muito e avançou com o carro em direção aos cachorros para espantá-los. Ela sofreu várias mordidas, perdendo muito sangue, o que exigiu transfusão e cirurgia. Atualmente, seu quadro é estável, mas ainda não há previsão de alta.
A vítima relatou que, devido à intensidade das mordidas, não se lembra claramente do ataque, pois desmaiava e acordava durante o processo, tentando evitar que os cachorros a atacassem no rosto.
Clara recebeu mais de 20 pontos em uma das mordidas na coxa. Ao chegar ao hospital, estava em estado de choque, gritando e chorando muito, sendo necessário o uso de sedativos para acalmá-la.
Ela destacou que, devido ao seu pequeno porte físico, com 43 kg e 1,57 m de altura, e à quantidade de sangue perdido, a situação foi muito grave. Segundo ela, se o motorista não tivesse chegado no momento certo, poderia ter morrido.
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Clara ressaltou que ataques de cachorros não são incomuns na cidade, mencionando casos anteriores, incluindo a morte de uma guia de turismo e um menino que perdeu a orelha em ataques similares.
Ela expressou preocupação com a segurança das crianças na região, já que a rua onde houve o ataque não tem muitos turistas, mas sim moradores locais.
A prefeitura de San Pedro de Atacama afirmou que assumirá os custos médicos da brasileira. O Diretor de Segurança Pública do município identificou a matilha em câmeras de segurança. Ele explica que alguns cachorros são selvagens, enquanto outros são de domicílios particulares, o que dificulta a fiscalização.
Os ataques aumentaram nos últimos quatro meses, mas não são tão frequentes, segundo as autoridades locais. Entretanto, medidas estão sendo tomadas para endurecer as punições aos responsáveis por ataques de cachorros.
Clara conseguiu reconhecer apenas dois dos cachorros que a atacaram. A prefeitura de San Pedro de Atacama possui 4.500 cachorros cadastrados, entre domésticos e silvestres.
Por fim, o consulado do Brasil em Santiago informou que, até o momento, não houve nenhum pedido de apoio à vítima.