O Ministério da Saúde anunciou a incorporação da vacina contra a dengue, conhecida como Qdenga, no Sistema Único de Saúde (SUS), tornando o Brasil o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante de forma universal pelo sistema público. A vacinação inicialmente será limitada devido à capacidade restrita de fornecimento de doses pelo laboratório fabricante, Takeda, e será focada em públicos e regiões prioritárias.
A decisão de incorporação foi analisada pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec), que recomendou a aprovação após avaliar a relação custo-benefício e a questão do acesso. A Ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou que o país será pioneiro na disponibilização pública desse imunizante e que a definição dos públicos-alvo será feita considerando a limitação inicial de doses.
O governo brasileiro também esclareceu que informações falsas sobre um suposto bloqueio à vacina são desinformação. Em março do ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já havia aprovado o uso da vacina contra a dengue no país, comprovando sua segurança e eficácia por meio de dados técnicos e científicos.
A Qdenga demonstrou uma eficácia geral de 80,2% contra a dengue após 12 meses da segunda dose, reduzindo as hospitalizações relacionadas à doença em 90%. Os estudos clínicos incluíram cerca de 27.000 participantes de diferentes faixas etárias e regiões, comprovando sua eficácia em regiões endêmicas e não endêmicas de dengue.
Além disso, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) está conduzindo uma pesquisa sobre os impactos da vacina na cidade de Dourados (MS). Coordenado pelo professor Julio Croda, que também colabora com o Ministério da Saúde, o estudo visa vacinar 150 mil moradores entre 4 e 59 anos até agosto deste ano, com resultados esperados nos próximos meses.