A violência policial no Brasil tem crescido desde 2018, de acordo com a Human Rights Watch (HRW). O Relatório Mundial sobre Direitos Humanos de 2024 destaca a preocupação com as mortes causadas pela polícia.
César Muñoz, diretor do escritório da HRW no Brasil, enfatiza a persistência de altos números de mortes pela polícia desde 2018, ultrapassando 6 mil casos. Ele aponta que 80% das vítimas são negras.
Em 2022, policiais no Brasil mataram 6,4 mil pessoas, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Em São Paulo, após uma queda, houve um aumento de 45% nas mortes por policiais em serviço de janeiro a setembro de 2023.
A HRW destaca a Operação Escudo, que resultou em 28 mortes pela polícia em 40 dias no litoral paulista. Muñoz observa falhas nas investigações e perícias que dificultam o controle da atividade policial.
Segundo Muñoz, a falta de informações e provas dificulta a avaliação do trabalho policial pelo Ministério Público. Além disso, ele defende uma política nacional para reduzir as mortes pela polícia e melhorar a qualidade das perícias.
A letalidade policial tem sua ligação à corrupção, segundo Muñoz, pois policiais corruptos têm poder para extorquir e o abuso a população. Ele enfatiza a importância de investigações para combater a corrupção policial.
Juanita Goebertus, diretora para as Américas da HRW, destaca a necessidade de combater o crime por meio de investigações para desmantelar organizações criminosas e cortar suas conexões.
O Equador enfrenta uma crise de violência, com atentados e confrontos com a polícia. Assim, o presidente Daniel Noboa declarou um “conflito armado” após os enfrentamentos recentes.
Por fim, Juanita alerta que a utilização das Forças Armadas como polícia pode levar a abusos.