Alessandra Siqueira, moradora de São Paulo, registrou um boletim de ocorrência após cair em um golpe em que uma golpista se passou por funcionária de banco. A vítima perdeu R$ 48 mil depois que a golpista alegou uma suposta clonagem do cartão de crédito durante uma ligação.
Alessandra relatou que estava no metrô quando recebeu um SMS do Mercado Livre informando sobre uma tentativa de compra não aceita no valor de R$ 2.800. Logo em seguida, recebeu outro SMS, desta vez supostamente do banco Nubank, alertando sobre uma movimentação suspeita em sua conta.
Preocupada, Alessandra verificou seu aplicativo do Nubank e constatou uma transação não reconhecida. Em seguida, recebeu uma ligação de uma mulher que se identificou como funcionária do banco. A golpista solicitou que Alessandra confirmasse seus dados pessoais, incluindo nome completo e CPF, e a convenceu a realizar uma transferência bancária para supostamente bloquear o cartão.
Apesar de tentar transferir o dinheiro via Pix, a transação não foi concluída, e a golpista instruiu Alessandra a realizar uma TED para uma conta bancária fornecida por ela. A vítima, então, seguiu as instruções e transferiu o valor, que representava suas economias para a compra de um apartamento.
Alessandra afirmou que o banco se recusou a estornar o valor, alegando que foi usada sua senha pessoal na transferência. O Nubank, em nota, informou que o caso está em processo interno de atendimento e que tratará diretamente com a cliente após a conclusão desse processo.
Segundo o advogado especializado em crimes cibernéticos José Antônio Milagre, golpes como esse têm se tornado cada vez mais comuns. Ele alertou que os criminosos têm acesso a dados pessoais vazados dos bancos, o que torna a abordagem mais convincente para as vítimas.
Milagre orientou que as vítimas de golpes dessa natureza procurem imediatamente o banco com o boletim de ocorrência para acionar o bloqueio das transações e o Mecanismo Especial de Devolução, recurso destinado a tentar reverter as fraudes do Pix. Ele também ressaltou que as instituições financeiras são responsáveis por garantir a segurança das transações e que, em caso de falha nesse sentido, a vítima pode buscar reparação na Justiça.
O Nubank reforçou algumas medidas de segurança para evitar cair em golpes, como desconfiar de ligações solicitando dados sensíveis, não instalar aplicativos por indicação de terceiros e verificar sempre as transações recentes no aplicativo.