Durante muitos anos, a forma mais severa da dengue foi conhecida como “dengue hemorrágica”, porém, a comunidade médica deixou de utilizar esse termo. Em 2009, a Organização Mundial da Saúde (OMS) modificou para “dengue grave”, uma alteração que foi adotada pelo Ministério da Saúde do Brasil em 2014.
Especialistas explicam que essa mudança ocorreu porque a hemorragia não é o principal sintoma da forma mais severa da doença, e muitas vezes, nem se manifesta. O epidemiologista André Ribas Freitas destaca que o nome “dengue hemorrágica” pode levar a equívocos, já que o que causa a morte na dengue é a desidratação, não a hemorragia.
O infectologista Alexandre Naime, coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), reforça que o termo anterior causava confusões nos atendimentos médicos, pois a hemorragia é apenas um dos sintomas de gravidade. Ele explica que a dengue tem quatro tipos de classificação clínica:
- Tipo A (dengue clássica): apresenta febre e outros sintomas, sem sinais de alarme;
- Tipo B (dengue clássica com condições especiais): sem sinais de alarme, mas com condições especiais que podem levar a uma evolução desfavorável;
- Tipo C (sinais de alarme): presença de sinais de alarme que indicam possível evolução para a forma grave;
- Tipo D (dengue grave): manifestações graves, como extravasamento grave de plasma, choque, sangramento grave e comprometimento de órgãos.
Os sintomas da dengue incluem febre alta, dor de cabeça intensa, dores musculares e articulares, náusea, vômito e manchas vermelhas no corpo. É importante procurar atendimento médico logo nos primeiros dias de sintomas, pois a dengue é tratável e tem baixo índice de óbito se diagnosticada e tratada precocemente.