Aos 20 anos, Arthur Oliveira, de São Paulo, tem uma história peculiar: seus amigos costumam brincar que ele tem apenas 5 anos. Mas não é por uma suposta infantilidade ou pela aparência, e sim porque Arthur nasceu em 29 de fevereiro, uma data que só existe no calendário de quatro em quatro anos.
“Cresci a vida inteira comemorando no dia 28 mesmo”, conta Arthur.
Em 2024, a festa de Arthur vai poder acontecer no dia certinho, já que é um ano bissexto (ou seja, teremos 29 de fevereiro na agenda)! Mas por que existe o ano bissexto?
O ano bissexto existe para corrigir uma pequena diferença no tempo que a Terra leva para dar uma volta completa ao redor do Sol. Enquanto nosso calendário considera um ano como tendo exatamente 365 dias, na realidade, a Terra leva cerca de 365 dias e 6 horas para completar sua órbita. Se não corrigirmos isso, ao longo dos anos, nosso calendário começaria a se desalinear com as estações do ano.
“Isso atrapalharia a agricultura, por exemplo, e as datas de plantio e colheita”, explica Rui Calares, coordenador do Cursinho da Poli (SP) e professor de geografia.
Para saber se um ano é bissexto, basta dividir o ano por 4. Se o resultado for um número inteiro, o ano é bissexto. Mas há uma exceção: anos que terminam em “00” precisam ser divisíveis por 400 para serem considerados bissextos.
Os anos bissextos foram incorporados ao calendário por Júlio César, que governou Roma de 49 a 44 a.C., como parte de uma reforma para conciliar o calendário lunar com o solar. Essa organização do tempo foi posteriormente refinada no calendário gregoriano, substituindo o juliano em 1582, por iniciativa do papa Gregório XIII, tornando o calendário mais preciso e corrigindo atrasos em relação às estações do ano.