O Brasil atingiu a marca preocupante de 1.017.278 casos (prováveis e confirmados) de casos de dengue nas primeiras oito semanas de 2024, de acordo com dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde, divulgados nesta quinta-feira (29). Comparativamente, no mesmo período do ano anterior, o país contabilizava 207.475 casos.
A incidência precoce e a rápida escalada dos casos chamaram a atenção dos especialistas. Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), ressaltou a imprevisibilidade da dengue, que pode apresentar temporadas mais curtas, em platôs ou com picos intensos e breves.
Kleber Luz, infectologista e consultor da Organização Mundial da Saúde (OMS) e Opas para arboviroses, destacou a tendência preocupante da curva de casos em 2024, alertando que o país poderá registrar um recorde de incidência da doença este ano.
Diante desse cenário, sete estados (AC, GO, MG, ES, RJ, SC e SP) e o Distrito Federal declararam emergência em saúde pública devido à dengue. Para conter a propagação da doença, o Ministério da Saúde anunciou a implementação de um “Dia D” de mobilização nacional contra a dengue, marcado para o próximo sábado, 2 de março.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, enfatizou a importância do monitoramento e da mobilização das autoridades sanitárias e da população para combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.
O controle da doença depende do combate aos criadouros do mosquito. Cerca de 75% dos focos estão em domicílios, em recipientes como vasos de plantas, garrafas, pingadeiras, bebedouros e materiais de construção. Educação da população, distribuição de inseticidas e larvicidas são medidas fundamentais para evitar a propagação da dengue e suas complicações, que podem levar à morte, especialmente em casos não diagnosticados e tratados adequadamente.