Os pacientes que tiveram diagnósticos seguidos ou simultâneos de dengue e Covid-19 correm riscos de desenvolver quadros severos e de maior chance de letalidade, principalmente idosos e pessoas com doenças crônicas. Esse é o alerta do médico responsável pelo Instituto de Vacinação e Infectologia de Piracicaba (SP), Hamilton Bonilha.
Em entrevista, o infectologista aponta a possibilidade de subnotificação de casos de Covid-19 neste ano e reforça a necessidade de retomada da rotina de testes clínicos, principalmente após períodos de férias e de carnaval, quando as pessoas tendem a se aglomerar mais.
“A sintomatologia de dengue, até em pessoas mais jovens, tem sido muito intensa. Por isso, imagine, no caso de pessoas com mais idade, em que a letalidade costuma ser maior. Com o organismo comprometido, a imunidade vai cair e, se tiver Covid-19 associado, será um quadro muito mais grave”, explica Bonilha.
Com mais de 1.700 casos de dengue, Piracicaba (SP) vive um aumento de casos da doença, como também é verificado em todo o país. O cenário, porém, se torna mais agravante na cidade, diante do retorno de positivações para Covid-19 e alta de internações em decorrência do vírus.
Em relação aos casos de Covid-19, a Secretaria de Saúde de Piracicaba registrava 774 confirmações da doença e nenhuma morte. A cidade teve média de uma hospitalização por Covid-19 em fevereiro deste ano.
O médico também aponta a baixa adesão à vacinação e a resistência da população em completar o esquema de imunização como fatores que contribuem para a propagação da doença.
“Muito disso ocorre pela desinformação que leva à desconfiança, principalmente no que se refere à vacina bivalente e seus reforços que aumentam a resposta da imunidade e reduzem a suscetibilidade, protegendo contra a variante ômicron e suas subvariantes”, explica Bonilha.
Entre as recomendações para se proteger contra a Covid-19 atualmente, a principal é tomar as doses de reforço da vacina, especialmente a bivalente, que oferece cobertura contra a variante que atualmente circula na cidade, a ômicron.
A cobertura do Esquema Vacinal Primário em Piracicaba alcança 89,91% e a cobertura das doses bivalentes está em 20,50% na cidade até o dia 28 de fevereiro. Segundo dados do Vacinômetro, do Governo de São Paulo, até quarta-feira (28), foram aplicadas 65.469 doses da bivalente na cidade. Essa vacina está disponível para todas as pessoas com 18 anos ou mais que já tenham completado pelo menos o esquema básico de vacinação (1ª e 2ª dose).