A dois dias do julgamento na Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o ex-jogador Robinho, condenado por estupro coletivo na Itália quebrou o silêncio em entrevista à RecordTV. O STJ vai decidir na próxima quarta-feira (20), se Robinho deve cumprir no Brasil a pena de nove anos por ter, segundo a Justiça italiana, participado do estupro coletivo de uma jovem albanesa numa boate em Milão, na Itália.
Na entrevista, Robinho citou casos de racismo na Itália e afirmou que “os mesmos que não fazem nada com esse tipo de ato (racismo) são os mesmos que me condenaram. Com certeza, se o meu julgamento fosse para um italiano branco, seria diferente, sem dúvidas. Com a quantidade provas que eu tenho, não seria condenado”.
Ele confirmou que se relacionou rapidamente com a mulher que o acusa na noite em questão,entretanto, alega que a relação foi consensual.“Tivemos uma relação superficial e rápida. A gente trocou beijos, fora isso, fui embora para casa. Em nenhum momento ela empurrou, pediu para parar. Tinham outras pessoas no local. Quando vi que ela queria continuar com outros rapazes, eu fui embora para casa. Eu nunca neguei, foi consensual, nunca neguei, poderia ter negado, porque não tem meu DNA lá, mas não sou mentiroso”.
Quando questionado sobre os áudios vazados, em que o ex-jogador comenta o caso e, inclusive, dá risadas sobre a possibilidade de passar por julgamento, ele afirma que tudo o que foi dito foi tirado de contexto. “Os áudios foram um ano depois do ocorrido. Naquele contexto dos áudios, eu estava conversando com pessoas que não são confiáveis. Muita gente sempre se aproxima de jogador de futebol para arrancar dinheiro”.
Veja também:
- Brasil terá mais mulheres do que homens em delegação pela primeira vez nos Jogos Olímpicos
- Oscar 2024: “Oppenheimer” é destaque vencendo em sete categorias
Ele ainda afirma que não cometeu crime e ter medo de uma possível tentativa de extorsão. “Começaram com história de gravidez. Minha risada foi de indignação, de que não ia deixar me extorquir. Sei que não cometi crime. Não foi de deboche da vítima. O que é verdade foi o que relatei no processo. Áudios foram fora de contexto, com pessoas que estavam me perseguindo. Eu falo muitas coisas controversas, mas o contexto do áudio é exatamente isso”.
Robinho ainda alega que não foi ouvido na Itália, e que espera ter a chance disso ocorrer no Brasil. Além disso, o ex-jogador afirma que apresentou provas supostamente ignoradas pela Justiça italiana. “Espero que aqui no Brasil, eu possa ter voz que não tive lá fora. Você quer mostrar suas provas, e não entendi o porquê, provas tão relevantes para qualquer pessoa, para eles não foram. Todos aqueles que julgam, possam ver minhas provas. Eu não sou esse monstro, não fui uma pessoa durante 10 anos e me tornei outra”.
O julgamento:
Robinho foi condenado em última instância, na Itália, a nove anos de prisão por estupro, em 2020. Porém, ele deixou o país e veio para o Brasil. Sendo assim, ele está em liberdade, pois não há extradição de cidadãos brasileiros para outros países.
A Corte Especial tem como formação, os 15 ministros mais antigos do STJ. Em resumo, para que ocorra a homologação e Robinho cumpra a pena no Brasil, é necessária formação de maioria simples entre os ministros presentes. O julgamento tem previsão de começar às 14h.