A Região Metropolitana de Campinas (RMC) registra o segundo verão mais seco em 35 anos, de acordo com dados do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp. O acumulado de chuvas no trimestre (dezembro, janeiro e fevereiro) foi de apenas 400 milímetros, o que representa uma queda de 41% em relação à média histórica para o período, que é de 683,6 milímetros. A estação terminou oficialmente na terça-feira (19).
Esse índice de chuvas é o segundo menor desde 1989, quando o Cepagri iniciou as medições, sendo superado apenas pelo verão de 2013 a 2014, quando o acumulado foi de apenas 251 milímetros, provocando na época a maior crise hídrica da história do país.
Por outro lado, o verão na região foi o mais quente desde 2014, com temperatura média de 25,9ºC, 0,9ºC acima da média histórica e a quarta maior marca da série histórica. O Cepagri destacou que o período foi “atipicamente quente e seco”.
As altas temperaturas são atribuídas ao fenômeno El Niño, que causa o aquecimento das águas do Oceano Pacífico e altera temporariamente a circulação geral da atmosfera, impactando no clima de diversas regiões do mundo, incluindo o sudeste do Brasil. Já a falta de chuvas pode estar relacionada a variações climáticas tropicais que ocorrem a cada seis a oito semanas e influenciam na umidade.
Para o outono, a expectativa é de que as temperaturas continuem elevadas, com aumento de 1ºC acima da média, e as chuvas permaneçam abaixo do esperado. A partir de maio, no entanto, a situação deve começar a mudar, com o aumento gradual das temperaturas.
A tabela a seguir mostra os valores de referência para o outono na RMC:
Mês | Temperatura mínima | Temperatura média | Temperatura máxima | Chuva acumulada |
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Abril | 17,4ºC | 23,1ºC | 28,8ºC | 67,6 mm |
Maio | 14,3ºC | 20,0ºC | 25,8ºC | 62,0 mm |
Junho | 12,9ºC | 19,0ºC | 25,1ºC | 45,4 mm |
A tendência é que as temperaturas continuem elevadas e as chuvas abaixo da média nos próximos meses, com a expectativa de que a situação comece a normalizar a partir do segundo semestre.